quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Estamos sob uma ditadura militar?

Por Antonio Barbosa Filho

Alguém já viu um general, brigadeiro ou almirante batendo continência para um capitão? Acho muito difícil, ainda mais para um capitão que ameaçou explodir quartéis, matando colegas, e que escapou por pouco de não ser expulso - foi apenas "desligado".

A formação disciplinar nas três Forças é muito rigorosa: quem manda é a patente, quem sabe, obedece. A única exceção são os paraquedistas, porque são os primeiros a morrer numa guerra. No metrô ou ônibus lotados, o tenente sentado levanta-se e cede o lugar a um sargento paraquedista.


Já um general, que passou por quase tudo que o treinamento possa fazer de um guerreiro, sente-se e merece ser muito superior. O general estuda mais, tem noções de geopolítica, de estratégias de guerra, pode citar cada batalha de Napoleão, de Carlos Magno, de Hitler. Sabem dizer que o engenheiro brasileiro Luis Carlos Prestes teve importante papel para romper o cerco a então Estalingado. (Prestes foi condecorado como general do Exército Soviético, um orgulho pra um gaúcho que morreu defendendo a nossa Pátria, por outras vias). Aliás, os militares brasileiros devem estudar o "cerco húngaro", inventado na Coluna Prestes.

Hoje temos um Exército renovado, muitos generais promovidos por Lula e Dilma. Nem sabem da mala de dólares que o comandante do então II Exército, em 64, recebeu para trair seu parente e presidente João Goulart.

Estamos sob uma ditadura militar? Por suposto que não: é muito pior, para civis e militares
Estamos, sim, sob uma operação financiada pelos Estados Unidos, que usa alguns militares treinados na matriz (antiga Escuela de Las Américas, no Panamá). A noção do "inimigo interno" é básica. o Brasil consegue batalhar contra a Venezuela (por exemplo) por duas horas, dizem os experts mundiais em Defesa. Eu chutaria dois dias, porque temos muitos jovens para morrerem nesta aventura.
Duvido muito que o Exército Brasileiro, a ilustrada Marinha, e a minha FAB, sequer entrem em aventuras de guerra. Podem, sim, atacar o "inimigo interno", que podem ser os "comunistas", os negros, os judeus ou muçulmanos.

Enfim, quem é financiado pela Taurus tem que matar alguém, certo?
  
Nossos militares esqueceram-se da de que toda a guerra é feita para trazer a Paz. Ou não?

* Antonio Barbosa Filho é jornalista, coordenador regional do Barão de Itararé no Vale do Paraíba.

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