quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Vitória contra a censura à Internet

Excelente a notícia: a justiça britânica concedeu liberdade sob fiança a Julian Assange, o fundador e diretor do Wikileaks, o site que tem divulgado documentos secretos da diplomacia norte-americana trocados com suas embaixadas em todos os países do mundo. A libertação poderia ter ocorrido hoje, mas a Suécia, onde Assange responde a processo, recorreu e ela poderá ser retardada por mais 48 h.

Assange, preso sob a acusação de conduta sexual indevida contra duas voluntárias do WikiLeaks durante uma passagem pela Suécia - ele nega as acusações - na opinião da maioria dos analistas no mundo, está na prisão britânica, na verdade, por pressão dos Estados Unidos numa atitude que terminou se configurando no 1º ato de censura de grandes dimensões à Internet.

Não pela censura, já que a maior parte da mídia ocidental conservadora  faz  vista grossa e sequer noticia a restrição imposta à Internet no caso Wikileaks, mas pelo que revelou, o site de Assange está no centro de uma polêmica mundial desde que começou a vazar uma série de mais de 250 mil documentos diplomáticos norte-americanos.

O vazamento da correspondência tem provocado protestos de Washington e de seus aliados em todo o mundo. Hoje, pouco antes da libertação sob fiança ser anunciada, Assange criticou asperamente as operadoras de cartões de crédito Visa e Mastercard e a empresa de pagamentos na Internet PayPal, que bloquearam as doações ao seu portal desde que ele foi detido em Londres. As companhias negaram motivações políticas.

Empresas instrumentos de política externa dos EUA

"Agora sabemos que Visa, Mastercard e PayPal são instrumentos da política externa dos Estados Unidos. É algo que ignorávamos", afirmou o prisioneiro à sua mãe, Christine Assange, que repassou o comunicado à emissora Channel 7 e ao jornal "The Age".

Mesmo com a possível libertação, Assange diz-se comprometido com a continuidade da divulgação de documentos secretos dos EUA a despeito da condenação deste e de outros países."Minhas convicções são firmes. Continuo fiel aos ideais que expressei. As circunstâncias não irão abalá-los", disse, segundo sua mãe.

"Esse processo aumentou minha determinação de que as informações são verdadeiras e corretas. Faço um chamado a todo o mundo para que proteja meu trabalho e a minha gente destes ataques ilegais e imorais", completou. O fundador do WikiLeaks e seus advogados afirmam, ainda, temer que promotores dos EUA estejam tentando indiciá-lo por espionagem depois da publicação dos documentos diplomáticos norte-americanos.


Do Blog de Zé Dirceu

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