sábado, 12 de agosto de 2023

Alunos do Curso de Especialização em Economia Solidária e Desenvolvimento Territorial da UFRN/PRONERA apresentam resultados dos TCC's



Em fim formados, pós-graduados no Curso de Especialização em Economia Solidária e Desenvolvimento Territorial. Foram mais de dois anos de muita resistência, em meio a um governo que desmontou quase todos os programas e ações para a reforma agrária e agricultura familiar e, claro, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) não poderia ser diferente, e ainda por cima nos desafiamos a estudar num dos momentos mais difíceis, na Pandemia da COVID-19. Mas vencemos, e nestes dias 11 e 12 de agosto, eu e mais 25 colegas concluímos a batalha com a apresentação de nossos Trabalhos de Conclusão do Curso (TCC).

O momento contou com a participação do coordenador do Curso na UFRN, Professor Washignton José de Souza, PhD.; do Professor Juarez de Azevedo Paiva, Dr.; do Professor, Roberto Marinho, PhD.; Professor, Tiago Dias, Dr. e Professor Abdon Ribeiro, Me.

Foram trabalhos de intervenção dos vários e variados temas. Temas que com certeza impactam na vida de várias famílias da reforma agrária por onde nós passamos e estamos. A turma formada finalmente por 26 alunos, militantes, gestores e outros profissionais de três estados do Nordeste: RN, Ceará e Paraíba, e com certeza, estaremos nos encontrando e fazendo história para a transformação da reforma agrária e agricultura familiar.

No governo passado quase não teve recursos para o PRONERA no país inteiro. Mas graças a articulação de lideranças ligadas aos movimentos que lutam pela reforma agrária no RN; FETARN, MST e FETRAF, liderados pela coordenação do Curso em Gestão de Cooperativas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), através do Professor, Washington José de Souza, PhD, o curso da especialização foi viabilizado. 

Sim, viabilizado através de emendas parlamentares da Deputada Federal, Natália Bonavides; da Senadora, Zenaide Maia; do então Senador, Jean Paul Prates e do então Deputado Federal, Rafael Motta. Faço questão de fazer esse registro porque se dependesse de recursos do governo federal no governo passado, nós hoje não estaríamos concluindo o curso.

Mas a parti de agora a luta será por recursos próprios do orçamento do governo federal para recompor esse programa tão importante para as vidas de muitos de nós que ainda não tiveram a oportunidade de se formarem num ensino superior e outras graduações, assim como nós estamos tendo hoje.

É preciso recompor o orçamento federal e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), órgão público responsável pela execução do Programa, garanta com que os assentados e seus filhos e filhas tenham acesso não somente aos cursos já existentes, mas que se possa criar outras possibilidades, como a expansão dos cursos de Direito, Medicina e tantos outros.

Encerro lembrando de meu pai, sim, na década de 80 e 90 ele já mais sonharia em ter um filho formado, quanto mais pós-graduado que para ele com certeza nem entenderia. Mas quando concluir a graduação em Gestão de Cooperativas, em 2016, ele ainda era vivo, não pode ir a minha formatura, mas pode ouvir de mim, pai, estou formado, já não era mais privilégio de filho de rico quando na década de 80 e 90 somente esses podiam se formar.

Pois bem, o PRONERA e muitos programas criados pela luta dos movimentos populares nos primeiros governos do PT tornaram esse sonho possível e sei que como eu, e sobretudo o nosso povo da reforma agrária só podem se formar por esse país a fora graças a programas como o PRONERA.

Por isso agradeço a Deus, mas também sei que é fruto da minha luta de mais de 20 anos pela reforma agrária, assim como de outros companheiros e companheiras, e com certeza, essa luta não vai parar por aqui e tantos outros virão a se somar a ela daqui para a frente.

E, ironicamente, encerramos nossas apresentações neste dia de hoje, 12 de agosto, com bonita homenagem à Margarida Maria Alves, assassinada exatamente nesta data, em 1983, a 40 anos atrás, porque lutava pelos direitos dos trabalhadores rurais quando era Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.



Vejam outras imagens do dois dias de apresentações:










































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