Por Dr. Evandro Borges, advogado.
A vitória no Senado elegendo para Presidente o Senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG) com 60% dos votos foi máscula como já estava previsto, isolando as forças do bolsonarismo e do golpismo. Foi uma vitória construída a muitas mãos, recebendo o apoio da unidade nacional e reconstrução. Muitos Senadores ergueram o cartaz com a sua foto com a palavra de ordem: “A democracia venceu”.
Na Câmara Federal o passeio foi grande, recebendo o vencedor 464 votos. Um fato raro na história da República. O Deputado Arthur Lira (PP/AL) recebeu a consagração para presidir a Casa com total isenção, harmonizando os Poderes de forma republicana. O Presidente da Câmara desde as primeiras horas dos resultados das eleições presidenciais tomou logo posição reconhecendo a legitimidade do pleito eleitoral, esfriando qualquer hipótese golpista.
Esta semana aconteceu de forma peremptória o que se já previa pela presunção de fatos liderados pelo ex-Presidente, o reconhecimento público de que Jair Bolsonaro esteve no mínimo conivente conforme declarações que estão na revista Veja, de Marcos do Val que participou de uma reunião na Granja do Torto, quando foi discutida a possibilidade de um golpe do Estado. Depois recuou dizendo que Bolsonaro não o pressionou para tal.
Durante as investigações dos atos de 8 de janeiro, perpetrados pelos golpistas bolsonaristas e traidores da pátria, foi descoberto a minuta contra o Tribunal Superior Eleitoral, estando preso o então Ministro da Justiça, o Delegado de Polícia Federal – Anderson Torres, que vem prestando depoimentos, mas, pelo andar dos procedimentos e recentes declarações faz-se necessário investigar os políticos que engrossavam as fileiras dos golpistas contra o Estado Democrático de Direito.
Nos quatro anos de governo bolsonarista a tônica foi de desacreditar os poderes constituídos, principalmente o Judiciário, ora contra o Supremo Tribunal Federal, ora contra o Tribunal Superior Eleitoral, atacando inclusive as urnas eletrônicas, tentando exigir o comprovante em papel do voto, e depois mais além, tentando desacreditar a urna eletrônica, chegando ao cúmulo de reunir os Representantes das nacionalidades em Brasília, quando recebeu o rechaço indignado dos Embaixadores.
Aos poucos vai se percebendo que as movimentações nas frentes dos quarteis, algumas com cenas hilárias que virou chacota, pela “Marmotice” eram financiadas por grupos golpistas e serviriam para dar respaldo aos ataques a Constituição, aos Poderes constituídos e ao Estado Democrático de Direito, com palavras de ordem escusas contra as eleições e autoridades.
É do conhecimento amplo da sociedade e de rejeição os acontecimentos bárbaros de oito de janeiro, de puro vandalismo contra o patrimônio histórico nacional, e, golpistas, estando uma legião de presos de todas matizes, dentro da normalidade jurídica, do devido processo legal, sendo liberado as crianças que foram usadas pelos golpistas e até idosos que perpetraram os crimes contra o Brasil, devem continuar com a maior firmeza.
Os golpistas bolsonaristas tem muita semelhança com os nazistas, de muito preconceito com as questões identidárias, com a postura genocida em relação a pandemia do covid 19, levando muitos a óbito em uma proporção populacional aos outros países em dimensões que revelam a ineficiência do governo federal. E agora o que mais grave que está estarrecendo o mundo com o genocídio praticado contra os ianomâmis, que a todo momento chegam denúncias de natureza grave.
A unidade nacional, desarmar os espíritos, buscar os consensos para um apaziguamento geral da sociedade, não pode ser incluído nenhum perdão ou vista grossa aos golpistas bolsonaristas, que afrontaram a democracia, a pluralidade, a alternância de poder, a constituição e ao Estado Democrático de Direito. A democracia precisa continuar vencendo, embora apurando na plenitude quem violou e atentou contra a construção democrática do país que envolve gerações nesta obra grandiosa.
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