sábado, 5 de outubro de 2019

A edeologia bolsonarista militar para a educação brasileira e a posição do governo Fátima Bezerra

Recentemente o governo brasileiro lançou o programa que implanta a educação militarizada, ou seja, a ideia de escola disciplinar e na ótica eu falo, digo, grito e quem está do outro lado escute e obedeça. Segundo informações de O Globo para todo o programa o Ministério da Educação aplicará 54 milhões de reais. 

Para cada escola selecionada serão aplicados 1 milhão de reais, sendo duas por cada estado que aderiu que segundo a reportagem será para pagar 18 militares para atuá no programa. O governo do RN liderado pela governadora, professora Fátima Bezerra não aderiu ao programa, fato muito criticado por parte da mídia estadual e obviamente pela oposição de plantão.

Eu pessoalmente sou a favou da disciplina em qualquer que seja o espaço, porém desde que o ser humano tenha liberdade de pensamento e ação. Dai dar para perceber que não sou a favor do referido programa e vou expressar meus motivos aos quais acredito serem os mesmos da equipe da professora e governadora Fátima Bezerra.

Primeiro, não acredito em um modelo de educação que não tenha a ideia de liberdade democrática, de pensamento e de escolha, embora discorde da falta de disciplina o que é diferente de liberdade de pensamento e ação. Segundo, os molde do programa, na minha opinião desconsidera totalmente os nossos profissionais de educação formados pelo sistema educacional conquistado com muita luta na constituição de 1988 e na Lei de Diretriz de Base da Educação (LDB).

Ou seja, na prática na minha opinião é como se o sistema atual fosse incompetente e agora a salvação seria o modelo militarizado. É fato que a nossa educação básica vem sofrendo ao longo dos anos com a falta de investimentos, sobre tudo na infraestrutura, formação pedagógica, qualificação e requalificação dos profissionais e a desculpas dos sucessivos governos é sempre a falta de recursos.

Todos sabemos que isso não é verdade. A verdade é que investir num modelo de educação que seja atraente e libertador leva tempo e historicamente poucos governos tiveram na sua estratégia como prioridade e quando começou a se organizar a elite organizou o golpe, ou seja, falo dos recursos do pré-sal. Os recursos seriam em sua maior parte para investimentos na educação e tudo foi mudado após o golpe contra a presidenta Dilma.

Agora o governo lança o programa para militarizar as escolas e na prática depois dizer que esse modelo é que dar certo. Agora eu pergunto, porque não se pega 54 milhões e aplica na recuperação das escolas detioradas que temos? Porque não se pega 54 milhões e não se faz escolas no campo, no meio rural?

Por ai dar pra se ver que não seria totalmente a velha desculpa de falta de dinheiro o fato é uma questão de ser ou não prioridade.

Já imaginaram quanto isso seria importante para várias comunidades rurais que ainda hoje não tem uma escola? Talvez bastasse 300 ou 400 mil reais para se construir uma escola numa comunidade rural. Já imaginaram quantas quadras de esportes faria a farra de milhares de jovens pelo país?

Pois bem, é óbvio que para o atual governo federal isso não é prioridade. Primeiro porque qualquer modelo que aponte para o fortalecimento da democracia, liberdade de expressão e de pensamento será boicotado.

Segundo, um outro objetivo na minha opinião é taxar o atual modelo educacional como incompetente e depois colocar na cabeça da sociedade que o modelo de escola democrática não é o ideal e implantar a ideologia que qualquer modelo militar é a solução, inclusive em todos os espaços de ocupação de poder, ou seja, primeiro o objetivo é ganhar o apoio da sociedade e depois implantar de vez a volta da ditadura militar.

Por tanto, parabenizo o governo da professora, Fátima Bezerra, defensora do modelo de escola democrática e libertadora que ao longo dos séculos nunca foi prioridade e vive até hoje na resistência. 

Viva nosso patrono da educação, Paulo Freire!!!

Jocelino Dantas Batista
Secretário de Política Agrícola da FETARN e educador popular.

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