sábado, 1 de dezembro de 2018

Movimento Sindical avança no planejamento de ações de inserção da agricultura familiar nos mercados nacional e internacional


Com o objetivo de elaborar propostas e estratégias para envolver todo o grupo familiar nos processos produtivos agrícolas, organizar de forma mais efetiva a agricultura familiar para garantir a sucessão rural, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) realizou oito oficinas regionais em todo o País e encerrou essa jornada nesta semana com a realização do Seminário Nacional sobre Parcerias e Relações Internacionais para a Agricultura Familiar e suas Organizações.

Nos dias 26 a 28 de novembro, os(as) participantes e a Diretoria e Assessoria da CONTAG realizaram, em Brasília, um balanço das propostas e resultados obtidos nas oficinas regionais e definiram as estratégias e continuidade das ações na perspectiva de melhorar a inserção da agricultura familiar no mercado nacional e internacional.

Segundo o secretário de Política Agrícola da CONTAG, Antoninho Rovaris, a expectativa era que neste Seminário Nacional os estados trouxessem um relato sobre a evolução do trabalho de organização da produção a partir das oficinas regionais e o resultado surpreendeu a todos e todas. “Obviamente que ainda é muito cedo para fazermos um balanço que nos dê segurança sobre essa importante ação. Mas, nos trouxe indicativos de que as Federações estão compreendendo que é fundamental o movimento sindical trabalhar a organização da produção como uma de suas bandeiras de luta. Ao ter essa compreensão, deveremos ter, nos próximos anos, um movimento sindical não só mais ativo, mas também uma agricultura familiar mais organizada”, destacou Rovaris.

O dirigente explica que a ideia não é abandonar os processos reivindicatórios e de representação sindical que são missões históricas do movimento sindical. “Porém, a organização produtiva, envolvendo mulheres, a juventude, a terceira idade, ou seja, todo o grupo familiar, passa também a ser muito importante para fazer o enfrentamento ao desafio da sucessão rural com o esvaziamento, cada vez mais crescente, do meio rural brasileiro”, ressaltou Rovaris.

Esse olhar para todo o grupo familiar foi o que levou a CONTAG a planejar esses eventos a partir da integração de várias Secretarias. Essas atividades foram coordenadas pelas Secretarias de Política Agrícola, de Relações Internacionais, de Jovens e de Mulheres. “Nesse momento desafiador de representação específica da agricultura familiar, foi muito estratégico unir a juventude, as mulheres, a Política Agrícola e as Relações Internacionais para focar no trabalho da organização da produção, envolvendo todos os sujeitos e visando os mercados nacionais e internacionais. Afinal, não basta fazer apenas a representação sindical. Precisamos cuidar da agricultura familiar, organizar a sua produção, incentivando o cooperativismo, as parcerias, as pesquisas, a agroindustrialização, ou seja, as formas de agregação de valor e geração de renda para a agricultura familiar brasileira”, destacou o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG, Alberto Broch.

Alguns dos encaminhamentos apontados durante o Seminário Nacional foram a realização de mapeamento das experiências organizativas da agricultura familiar em todo o País, inclusive as que já estão no mercado interno e externo; a oferta de capacitação e formação para os agricultores e agricultoras familiares e dirigentes sindicais para aprofundar os conhecimentos sobre o mundo agrícola, a inserção da agricultura familiar no processo de organização da produção e, principalmente, sobre os mercados.

A secretária de Jovens da CONTAG, Mônica Bufon, aponta alguns dos encaminhamentos específicos para a juventude trabalhadora rural: “veio forte a proposta de realizarmos um processo formativo específico para a juventude, sendo o Programa Jovem Saber uma grande ferramenta para a formação, inserção e empoderamento dos(as) nossos(as) jovens para atuar nos diversos espaços, seja no movimento sindical, nas cooperativas, nas associações, nos conselhos, entre outros. Também será realizado um mapeamento específico sobre os grupos produtivos compostos por jovens e um diagnóstico sobre o acesso a determinadas políticas públicas, a exemplo do Pronaf Jovem. Então, o movimento sindical reafirmou, a partir dessa ação, o seu compromisso de fazer acontecer a sucessão rural”, pontuou Mônica.

Outro compromisso reafirmado durante o Seminário Nacional foi com a realização da Marcha das Margaridas 2019, coordenado pelo Sistema Confederativo CONTAG (CONTAG – Federações – Sindicatos). Também saíram propostas específicas para as mulheres agricultoras familiares. Segundo a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, destacam-se: “ações de organização produtiva para mulheres; formação sobre Agroecologia e Organização Produtiva envolvendo as mulheres; realização de mapeamento das diversas formas de produção sustentável desenvolvidas pelas mulheres com o objetivo de dar visibilidade a essas experiências e incentivar a autonomia econômica das agricultoras familiares; garantir em todas as ações propostas os recortes de gênero e geração para levarmos em consideração as especificidades dos sujeitos do campo, floresta e águas”, disse Mazé.

FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi

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