A imprensa potiguar precisa ser estudada com cuidado. Há mais ou menos um mês, jornalistas da mídia empresarial do Estado começaram a questionar a senadora Fátima Bezerra (PT), líder em todas as pesquisas de intenção de voto até o momento, sobre o fato dela não se pronunciar em relação aos problemas do Rio Grande do Norte.
Colunistas e comentaristas diziam que Fátima só falava em “golpe” e nos retrocessos implementados pelo governo Temer, aliás, com reflexo direto no cotidiano dos potiguares.
O tempo passou, a senadora confirmou a pré-candidatura ao Governo e a imprensa passou a entrevistá-la sobre o… plano nacional !
Segunda-feira passada, o programa das Seis, da rádio 96 FM, teve uma ótima oportunidade de informar aos ouvintes sobre o que a senadora Fátima Bezerra pensa sobre os problemas do Estado. A petista falou ao vivo do estúdio da emissora local durante quase 40 minutos.
No entanto, quem ouviu o programa só escutou perguntas dos apresentadores Robson Carvalho, Ênio Sinedino e Marco Aurélio Sá sobre foro privilegiado, prisão de Lula, delação premiada do Palocci, golpe, taxa de desemprego do país, imagem do PT e Judiciário.
Em 37 minutos de entrevista, apenas três perguntas fizeram referência à situação do Rio Grande do Norte. Em dois terços do programa a senadora foi questionada sobre o plano nacional.
Fátima Bezerra lembrou aos apresentadores que foi eleita senadora da República, mas não imaginava chegar ao Senado com um cenário de ruptura democrática, consolidado com o golpe de 2016. E mesmo assim destacou a importância do papel que vem desempenhando na presidência da comissão de Desenvolvimento Regional, quando pautou questões locais, a exemplo da refinaria de petróleo, o sucateamento da Petrobras no Estado, os bancos postais e, principalmente, a retomada das obras do rio São Francisco, que voltou para a ordem do dia no país a partir das audiências convocadas na comissão do Senado.
Em relação as alternativas para reduzir os efeitos da crise financeira do RN, a senadora afirmou que já existe um grupo de técnicos formado por especialistas de universidades e institutos técnicos debruçados sobre os números do Estado para realizar um diagnóstico da situação financeira estadual. Mas garantiu que não repetirá a fórmula que o governador Robinson Faria tentou implementar em janeiro com o pacote de ajuste fiscal semelhante ao aplicado pelo governo Temer em nível nacional: teto de gastos para o funcionalismo público e benesses para os empresários.
O que a senadora pensa sobre Educação, Saúde e Segurança ?
Os entrevistadores não quiseram saber.
Vá entender a imprensa potiguar…
Via Saiba Mais
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