sexta-feira, 26 de abril de 2013

Que misturada faz a Folha de S.Paulo em editorial hoje!


Publicado em 24 de abril de 2013 por Zé Dirceu via seu Blog.

A Folha de S.Paulo faz um de seus dois principais editoriais de hoje - o publicado com o título Trilhos tortos - em cima de relatórios do Ministério dos Transportes e do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre prováveis riscos na instalação de trilhos na Ferrovia Norte-Sul. Segundo o jornal houve tráfico de influência na licitação e os trilhos importados de uma empresa da China - que, suponho, deve ser acionada judicialmente - apresentam baixa resistência.

Mas, aí, o jornal destrambelha, incursiona por áreas que não têm a ver com o assunto original e prefere comparar o fato com o julgamento do mensalão e o que chama de "aparelhamento" da Petrobras. Aparelhamento, de resto, que é uma quimera, dado o sucesso da empresa nesses 10 anos de governos comandados pelo PT e a qualificação técnica e profissional de todos os seus diretores e executivos.

A misturada, Norte-Sul com mensalão e com Petrobras - evidentemente que de propósito -, já dá bem uma ideia do caráter do juízo do jornal sobre o julgamento do chamado mensalão. Mas, pior, a Folha aproveita sua confusão para fazer um julgamento sumário das administrações Lula e Dilma e da atuação do PT no governo.

Financiamento privado de campanha, a mãe de todas as irregularidades

Na avaliação do editorial do jornal, esta atuação serviu mais para perpetuar do que para remediar os problemas tradicionais do país. Bem, dada a confusão e misturada que o Folhão faz faz, a pergunta que fica é: a quais problemas o jornal se refere? Ao tráfico de influência e às licitações dirigidas, ou aos problemas crônicos e históricos do país da pobreza e da desigualdade?

O jornalão da Barão de Limeira esquece de propósito a atuação do PT e de seus governos na profissionalização do serviço público; no combate à corrupção; e na transparência e no acesso às informações, antes sigilosas e até secretas. Esquece a atuação fiscalizadora do próprio Ministério dos Transportes e do TCU, a da Polícia Federal (PF) e a do Ministério Público Federal (MPF).

Mais que isto, esquece, não faz qualquer menção à luta do partido e de seus governos pela reforma política para colocar um fim ao financiamento privado das campanhas eleitorais, a fonte original de todas essas mazelas e malfeitos citados pelo jornal, tais como as licitações viciadas, as nomeações dirigidas, o tráfico de influência e o caixa dois.

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