Na próxima segunda-feira (20), o bloco carnavalesco Sonífera Ilha irradiará alegria pelas ruas da Redinha. A concentração começa ao meio-dia no bar Pé do Gavião, e a julgar pela prévia, deve movimentar os moradores e veranistas da praia e atrair políticos, artistas, jornalistas, intelectuais e agitadores culturais da cidade.
O Sonífera Ilha é um resgate do bloco fundado na Lagoa da Ilhota duas décadas atrás. Agora volta renovado e ao mesmo tempo carregado de tradição, com novo endereço e muito mais foliões, para entrar definitivamente no calendário carnavalesco de Natal.
Mais informações pelo telefone 8725.1313.
A gênese – Nos idos 90, no recanto da Ilhota, em Pirangi, um grupo de foliões à paisana e em regaço voluntário, instigados que estavam pela paisagem hedonista do local, improvisaram do nada mais absoluto a bendita charanga...que deu origem à troça...que resolveram batizar de SONÍFERA ILHA.
A embalar essa tresloucada folia, a célebre canção dos Titãs, homônima ao bloco, retumbava intermitentemente naquelas paragens. Entre esses bravos pioneiros, estavam a poetiza Rizolete Fernandes, o aderecista e criador de máscaras Plínio Faro, a deputada Fátima Bezerra e a cantora Maristela Marsicano. O compositor e poeta Antonio Ronaldo, Graça e Zizelda Faro também formavam esse time primal. Que também era integrado por Gilson Matias, Tetê Bezerra e outras figurinhas àquela época já carimbadas.
O conceito – O espontaneísmo da manifestação não afastou esses foliões de suas responsabilidades filosóficas mais básicas. Para fundar uma agremiação, por mais insipiente e despojada que seja, é necessário elencar alguns princípios de onde se possa partir. Dessa forma, ficou estabelecido que a troça seria chamada assim: Grêmio Lítero Cultural Desportivo Recreativo Etílico Misto Sexual Carnavalesco Sonífera Ilha.
Era preciso contemplar todos os domínios, todas as esferas de militância de cada um daqueles bem intencionados foliões. Sobretudo, aquelas esferas mais abrangentes, onde todos de alguma forma podem se encaixar.
O resgate – Pois é. O tempo passou com seu condão de congelar ou derreter as nossas paixões mais diletas e assim a troça/bloco Sonífera Ilha caiu no esquecimento geral, sem contudo desaparecer completamente do mais recôndito cantinho dos corações que havia contaminado. Como estigma que se recompõe e projeta para a perpetuação e triunfo, eis que essa turma se rearticula e engrossa as fileiras em outro espaço, dessa vez bastante privilegiado do ponto de vista da folia natalense. Trata-se da Redinha, possivelmente o polo carvavalesco mais arrojado desta cidade.
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