sábado, 22 de outubro de 2011

O MST "É o maior e mais importante movimento social do mundo e uma das principais razões pela qual o Fórum Social Mundial ser realizado no Brasil, e não nos EUA ou na Europa”




Apesar do MST ter sido inúmeras vezes premiado pelo mundo afora pela sua importância humanitária, principalmente na Europa, aqui no Brasil quase nunca falamos bem dele.

A principal razão talvez seja que, quase sempre, a mídia tradicional faz dele um grupo de "terroristas" ou "baderneiros". 
E o brasileiro comum não tem acesso a nenhuma outra informação a não ser dessa mídia corporativista, a mesma mídia que quase sempre defendeu a ditadura, os golpes de estado, as guerras e ocupações militares brutais, e claro e latifúndio...Podemos confiar nessa imprensa tradicional?


Quando se fala em MST (Movimento dos Sem-Terra) muitos já imaginam como um bando de baderneiros, criminosos que “invadem” terras que já tem donos, mas não é bem assim. O MST é um movimento sério que luta a favor da justiça.

O movimento se consolidou há 26 anos, em Cascavel (PR), quando centenas de trabalhadores rurais decidiram fundar um movimento social camponês, autônomo, que lutasse pela terra, pela Reforma Agrária e pelas transformações sociais necessárias para o nosso país. Nele faziam e fazem parte trabalhadores rurais sem terras que estão desprovidos do seu direito de produzir alimentos. Expulsos por um modelo autoritário historicamente implantado para o campo brasileiro.



Porém podemos dizer que o surgimento do MST está baseada nas lutas por terra que aconteceu ao longo de nossa história, desde os primeiro indígenas quando levantaram-se contra a mercantilização e apropriação dos invasores portugueses do que era comum e coletivo: a terra. O Movimento Sem Terra hoje, segue o exemplo de Sepé Tiarajú e da comunidade Guarani em defesa de sua terra sem Males, da resistência coletiva dos quilombos e Canudos, da indignação organizada de Contestado e das Ligas Camponesas que foram muito fortes no país até a ditadura militar.
Desde a sua fundação, o Movimento Sem Terra se organiza em torno de três objetivos principais:

• Lutar pela terra;
• Lutar por Reforma Agrária;
• Lutar por uma sociedade mais justa e fraterna.

As ocupações por terras são um modo de fazer serem ouvidos, pois o Estado, no sistema capitalista, por si só jamais fará algo para o bem da sociedade. Acaso se não fossem as inúmeras lutas travadas pela independência, o príncipe D. Pedro I teria gritado independência ou morte à margem do rio Ipiranga? Se não fossemos inúmeros protestos e lutas contra a ditadura militar estaríamos hoje com o direito de voto? Então porque Tiradentes é um herói e não podemos chamar o MST de um grupo que luta pela justiça?
Talvez por que estejamos vendo de um modo que a mídia nos passa, e ela está a favor do sistema atual vigente, tanto é que quando passa sobre o MST eles tratam o movimento e o ato como algo criminoso, e esquecem que eles ocupam terras improdutivas e, os artigos 184 e 186, garantem a desapropriação de terras que não cumpram sua função social.

O Brasil é um país de grandes desigualdades e isso não é uma novidade, agora os 150 maiores latifundiários ocuparem uma área que equivalem a dois estados de São Paulo enquanto milhões não têm terras ou possui terras menores de 100 hectares que não dá para se auto-sustentar, é um absurdo. Então porque condenar quem luta contra essa desigualdade?

Antes de condenar a ação dos movimentos sociais devemos perguntar antes o porquê. Aprendemos em física que toda ação gera uma reação, isso vale também para o nosso cotidiano, pois as lutas travadas pelos movimentos sociais são na verdade uma reação das ações contraditórias geradas pelo capitalismo.



Do Blog de Marcos Imperial

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