segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Bancários em greve fazem assembleia nesta segunda às 18h. Patrões melhoram contraproposta


Juvandia - arquivo CUT.

Além de aumento real, os bancos cedem nas cláusulas sociais. Greve vai dobrando os donos do dinheiro.


Escrito por: CUT Nacional


São Paulo – No dia em que a greve dos bancários atingiu o maior pico de paralisação do movimento nos últimos anos – mais de 42 mil trabalhadores – a federação dos bancos apresentou nova proposta ao Comando Nacional da categoria.


Como reivindicavam os bancários, a proposta apresentada nessa sexta-feira 14 (veja abaixo tabela sobre a proposta) traz aumento real de salário, PLR maior e valorização do piso. Além disso, os bancos deverão acabar com o transporte de numerário por bancários, por questões de segurança, e com a publicação do ranking individual de metas, responsável por humilhações de assédio moral em muitos locais de trabalho.


Proposta tem novas cláusulas sociais. Clique aqui para saber.


“O Comando está indicando a aprovação após um longo processo de negociação em que conseguimos avançar em questões que são fundamentais para os bancários”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, lembrando que está garantido também aos trabalhadores o não desconto dos dias parados. “Sempre dissemos que não admitiríamos represálias.”


Serão realizadas assembleia às 18h desta segunda-feira. Saiba mais.


Aumento real – Em negociação que tomou todo essa sexta-feira 14, os banqueiros ofereceram reajuste salarial de 9%, que representa aumento real de 1,5%. “A luta dos bancários arranca aumento real de salário pelo oitavo ano consecutivo”, destaca Juvandia. “A média de aumento real dos 418 acordos fechados por diversas outras categorias no primeiro semestre foi de 1,35%.” Os 9% também reajustarão vales alimentação e refeição, auxílio creche/babá e demais verbas salariais.


Salários e verbas terão aumento de 9%. Confira.


PLR maior – A regra básica da Participação nos Lucros e Resultados será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.400. Assim, essa parte fixa, que em 2010 foi de R$ 1.100,80, será reajustada em 27,18%.


A regra determina, ainda, que devem ser distribuídos no mínimo 5% do lucro líquido. Se isso não acontecer, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários com teto de R$ 17.220,04.


Aumento na PLR adicional – Pela proposta, o teto do valor da PLR adicional – que distribui 2% do lucro líquido – passará de R$ 2.400 para R$ 2.800, o que significa aumento de 16,66% em relação ao que foi pago em 2010.


“Com os aumentos na parte fixa da regra básica e no teto do adicional, os bancários avançam na participação maior no lucro dos bancos, um dos principais objetivos da nossa mobilização”, salienta a presidenta do Sindicato.


Antecipação – Caso a proposta seja aprovada, em até dez dias após a assinatura do acordo, os bancários recebem a antecipação da regra básica de 54% do salário já reajustado acrescido do valor fixo de R$ 840,00, limitado ao valor individual de R$ 4.696,37. A antecipação da parcela adicional será paga de acordo com o equivalente a 2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2011 dividido igualmente entre os funcionários até o limite individual de R$ 1.400. A antecipação da parcela adicional não será compensável de planos próprios.


PLR: fixo da sobe 27% e teto do adicional 16,6%. Leia.


Piso – O reajuste proposto para o piso foi de 12%, aumento real de 4,30%. No caso do escriturário, passa de R$ 1.250 para R$ 1.400.  “Pelo segundo ano consecutivo conseguimos arrancar na luta a valorização para o piso da categoria, acima do aumento real conquistado para os salários. Isso é muito importante para avançarmos rumo à redução das desigualdades dentro dos bancos.”


Sobe 12% e chega a R$ 1.400 o Piso salarial.


Dias parados – O Comando Nacional dos Bancários também garantiu, junto à federação dos bancos, que não será descontado nenhum dia dos trabalhadores em greve. Pela proposta da Fenaban, haverá compensação desses dias no máximo até 15 de dezembro. O que não for compensado até essa data, será anistiado.


“Durante toda a sexta-feira a negociação ficou travada porque os bancos queriam descontar os dias. Com a resistência do Comando, horas depois a Fenaban propôs compensação até junho de 2012, o que também foi veementemente rejeitado. Deixamos claro que não aceitaríamos represálias ao direito de greve e somente ao final da noite ela veio com a proposta final.”


Até o fechamento desta edição, a assembleia dos bancários de Curitiba havia aceitado a proposta e encerrado a greve

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