quinta-feira, 1 de setembro de 2011

SUCESSÃO RURAL EM PAUTA NA CÂMARA


Iniciativa inédita da Câmara discute pela primeira vez a permanência do jovem no campo e a continuidade da Agricultura Familiar

Aconteceu nessa quarta-feira, 31, na Câmara dos Deputados o primeiro Seminário Nacional da Juventude Rural, organizado e coordenado pela própria casa, em uma iniciativa inédita para debater os temas que constantemente a Juventude Rural pauta o governo. A secretária de Jovens da Contag, Elenice Anastácio foi uma das debatedoras.

Coordenadores (as) e dirigentes de jovens da Contag também participaram do evento que foi coordenado pelo deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS). Para Elenice Anastácio, a iniciativa é louvável, mas não pode parar por aqui. “As discussões precisam continuar e os projetos apresentados pela juventude prescindem de mais atenção do Estado”, considera a dirigente.

Durante a abertura o deputado Elvino Bohn Gass disse que a juventude é uma categoria chave para a continuidade da agricultura familiar. O deputado defendeu a necessidade de transformar as necessidades dos jovens em políticas públicas “antes dessa chaga arder tardiamente na consciência da sociedade”, referiu Bohn Gass à interrupção da sucessão rural.

A secretária nacional da Juventude Rural, Severine Macedo, disse que iniciativas como essa do Seminário precisam ser mais freqüentes para que as demandas da juventude rural sejam transformadas em políticas públicas.

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-PR), também participou da abertura e defendeu o acesso dos jovens rurais às políticas públicas que o meio urbano tem acesso como educação e saúde. E, ainda disse que o Brasil precisa de uma política de distribuição de terra e de sucessão rural adequada a realidade brasileira.

Entre os painelistas do dia, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Márcio Porchmann, falou sobre a crescente diminuição da população de jovens que estão permanecendo no campo. E dentre os pontos positivos Porchmann destacou o aumento da escolaridade. Em 1979 o total de jovens sem escolaridade era de 27%, em 2012 esse número caiu para 2,7%, de um total de mais de 8 milhões de jovens rurais.

A coordenadora de Jovens da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado Mato Grosso, Dorenice da Flor Cruz, gostou da iniciativa da Câmara de se interessar pelas demandas da juventude rural. Mas cobrou que os resultados dos debates e o exemplo não se restrinjam apenas à Brasília. “As assembléias estaduais, as câmaras de vereadores também precisam discutir com suas comunidades esses mesmos temas”, disse a jovem mato-grossense.


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