A novela Cordel Encantado, exibida por uma emissora de televisão, vem retratando diversos fatos e personagens da história e cultura nordestina. No entanto, Jesuíno, personagem central da trama, papel encenado pelo ator Cauã Raymond, é inspirado no maior ícone do cangaço potiguar, o cangaceiro Jesuíno Brilhante, natural do município de Patu, no Rio Grande do Norte.
A professora Lúcia Maria de Souza Holanda, pesquisadora da história do cangaceiro, confirmou que a personagem foi inspirada na vida de Jesuíno Brilhante. A pesquisadora afirmou que as autoras tiveram acesso inclusive a um livro do professor potiguar Raimundo Nonato, obra mais completa sobre o cangaceiro.
Em seu livro intitulado "Jesuíno Brilhante: O Cangaceiro Romântico", Raimundo Nonato, natural do município de Martins/RN, única obra sobre a história do cangaceiro, cujo cangaço se deu entre os anos de 1871 e 1879, antecedendo o próprio Virgulino Ferreia, Lampião.
A novela aborda diversos feitos históricos de Jesuíno Brilhante presentes na obra de Raimundo Nonato, como a distribuição de alimentos aos colonos da fazenda de Timóteo, personagem de Bruno Gagliasso, e de ataques à cadeia pública da cidade fictícia de Brogodó para libertação de injustiçados.
Como código de honra Jesuíno Brilhante dizia: "Quem entra para este grupo não toca no alheio e aprende a respeitar a casa das famílias honestas...", e a professora ressalta que a lealdade na ética da cavalaria feudal era um valor inestimável.
"O código de honra do bando de justiceiros da novela: 'pelo justo e pelo certo', também remete ao do Jesuíno Brilhante, diante de uma polícia inoperante e de uma justiça inexistente", explica.
Outro pesquisador do cangaço de Jesuíno brilhante, Epitácio Andrade, autor do livro "A saga dos Limões: negritude no enfrentamento ao cangaço de Jesuíno Brilhante", afirma que apesar da novela não ser um documentário sobre o cangaceiro natural do município de Patu/RN, é possível perceber vários elementos históricos da trajetória de Jesuíno Brilhante.
A professora Lúcia Maria de Souza Holanda, geógrafa, pedagoga e mestra pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), defendeu na conclusão do mestrado a dissertação "Lugares de Memória: Jesuíno Brilhante e os testemunhos do Cangaço nos sertões do oeste potiguar e fronteira paraibana".
Lúcia Holanda explica que entrou em contato com a assessoria da direção da novela "Cordel Encantado", por intermédio de um amigo paraibano que trabalha na emissora.
"Eu li em uma revista uma entrevista com o ator Cauã Raymond, que estava estudando a personagem por um livro conhecido como 'Cangaceiros, Coiteiros e Volantes', escrito por José Anderson Nascimento, indicado pelas autoras da novela Duca Rachid e Thelma Guedes, como fonte de referência sobre Jesuíno Brilhante", explica.
Segundo a pesquisadora, ela enviou uma carta que foi entregue pelo amigo, Márcio Tadeu, para a assessoria da direção da novela, com algumas contribuições que ajudariam ao núcleo do cangaço.
Entre as orientações a professora indicou outras bibliografias de obras com leitura menos densa do que o livro citado pelo autor na entrevista. Como o já citado livro do potiguar Raimundo Nonato, e ainda "Flor dos Romances Trágicos", de Câmara Cascudo, "A Pedra do Reino" de Ariano Suassuna e um filme sobre Jesuíno filmado no Rio Grande do Norte.
"Enviei também a minha dissertação de Mestrado, principalmente, o terceiro capítulo onde eu descrevo que o imaginário popular atribui ao cangaceiro qualidade de cavaleiro medieval", comenta.
Lúcia Holanda afirma que também relatou no contato com a assessoria da direção da novela que o cangaceiro Jesuíno Brilhante é considerado pelos escritores Câmara Cascudo e Raimundo Nonato, como uma espécie matuta de Robin Hood dos sertões da Paraíba e do Rio Grande do Norte, durante o período de 1871-1879.
"Pelo que estou observando na novela, vejo que as autoras se apropriam de uma matéria que transita no imaginário da região, comparando o sertão nordestino ao mundo medieval", frisa.
A professora conclui a entrevista concedida ao jornal O Mossoroense, com uma citação do escritor Rosemberg Cariry: "O Cangaço é nosso épico por excelência, um universo metodológico fundamental para a cultura brasileira. Os japoneses têm os samurais, os americanos têm os cowboys e nós temos os cangaceiros, expressão legítima de rebeldia popular".
Por :Nara Andrade
A professora Lúcia Maria de Souza Holanda, pesquisadora da história do cangaceiro, confirmou que a personagem foi inspirada na vida de Jesuíno Brilhante. A pesquisadora afirmou que as autoras tiveram acesso inclusive a um livro do professor potiguar Raimundo Nonato, obra mais completa sobre o cangaceiro.
Em seu livro intitulado "Jesuíno Brilhante: O Cangaceiro Romântico", Raimundo Nonato, natural do município de Martins/RN, única obra sobre a história do cangaceiro, cujo cangaço se deu entre os anos de 1871 e 1879, antecedendo o próprio Virgulino Ferreia, Lampião.
A novela aborda diversos feitos históricos de Jesuíno Brilhante presentes na obra de Raimundo Nonato, como a distribuição de alimentos aos colonos da fazenda de Timóteo, personagem de Bruno Gagliasso, e de ataques à cadeia pública da cidade fictícia de Brogodó para libertação de injustiçados.
Como código de honra Jesuíno Brilhante dizia: "Quem entra para este grupo não toca no alheio e aprende a respeitar a casa das famílias honestas...", e a professora ressalta que a lealdade na ética da cavalaria feudal era um valor inestimável.
"O código de honra do bando de justiceiros da novela: 'pelo justo e pelo certo', também remete ao do Jesuíno Brilhante, diante de uma polícia inoperante e de uma justiça inexistente", explica.
Outro pesquisador do cangaço de Jesuíno brilhante, Epitácio Andrade, autor do livro "A saga dos Limões: negritude no enfrentamento ao cangaço de Jesuíno Brilhante", afirma que apesar da novela não ser um documentário sobre o cangaceiro natural do município de Patu/RN, é possível perceber vários elementos históricos da trajetória de Jesuíno Brilhante.
A professora Lúcia Maria de Souza Holanda, geógrafa, pedagoga e mestra pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), defendeu na conclusão do mestrado a dissertação "Lugares de Memória: Jesuíno Brilhante e os testemunhos do Cangaço nos sertões do oeste potiguar e fronteira paraibana".
Lúcia Holanda explica que entrou em contato com a assessoria da direção da novela "Cordel Encantado", por intermédio de um amigo paraibano que trabalha na emissora.
"Eu li em uma revista uma entrevista com o ator Cauã Raymond, que estava estudando a personagem por um livro conhecido como 'Cangaceiros, Coiteiros e Volantes', escrito por José Anderson Nascimento, indicado pelas autoras da novela Duca Rachid e Thelma Guedes, como fonte de referência sobre Jesuíno Brilhante", explica.
Segundo a pesquisadora, ela enviou uma carta que foi entregue pelo amigo, Márcio Tadeu, para a assessoria da direção da novela, com algumas contribuições que ajudariam ao núcleo do cangaço.
Entre as orientações a professora indicou outras bibliografias de obras com leitura menos densa do que o livro citado pelo autor na entrevista. Como o já citado livro do potiguar Raimundo Nonato, e ainda "Flor dos Romances Trágicos", de Câmara Cascudo, "A Pedra do Reino" de Ariano Suassuna e um filme sobre Jesuíno filmado no Rio Grande do Norte.
"Enviei também a minha dissertação de Mestrado, principalmente, o terceiro capítulo onde eu descrevo que o imaginário popular atribui ao cangaceiro qualidade de cavaleiro medieval", comenta.
Lúcia Holanda afirma que também relatou no contato com a assessoria da direção da novela que o cangaceiro Jesuíno Brilhante é considerado pelos escritores Câmara Cascudo e Raimundo Nonato, como uma espécie matuta de Robin Hood dos sertões da Paraíba e do Rio Grande do Norte, durante o período de 1871-1879.
"Pelo que estou observando na novela, vejo que as autoras se apropriam de uma matéria que transita no imaginário da região, comparando o sertão nordestino ao mundo medieval", frisa.
A professora conclui a entrevista concedida ao jornal O Mossoroense, com uma citação do escritor Rosemberg Cariry: "O Cangaço é nosso épico por excelência, um universo metodológico fundamental para a cultura brasileira. Os japoneses têm os samurais, os americanos têm os cowboys e nós temos os cangaceiros, expressão legítima de rebeldia popular".
Por :Nara Andrade
Fonte: Jornal O Mossoroense
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