Agência Brasil
RIO - A Comissão Pastoral da Terra (CPT) informou nesta terça-feira que, mais uma vez, o Pará foi palco da morte de um trabalhador rural. Obede Loyla Souza, de 31 anos, foi assassinado no último dia 9 próximo a sua residência no Acampamento Esperança, no município de Pacajá.
Ele era casado e pai de três filhos e teria denunciado a extração ilegal de madeira na região. A CPT informou que ele foi morto com um tiro no ouvido. De acordo com a comissão, não há informações sobre as razões que levaram à morte de Obede. Mas testemunhas contaram que, entre janeiro e fevereiro, o agricultor discutiu com representantes de madeireiros na região.
Informações obtidas pela comissão apontam que, no dia do assassinato de Obede, uma caminhonete de cor preta com quatro pessoas entraram no Acampamento Esperança - onde morava o agricultor. O presidente do Projeto de Assentamento Barrageira e tesoureiro da Casa Familiar Rural de Tucuruí, Francisco Evaristo, disse que viu a caminhonete e considerou o fato estranho. Como Obede, ele também é ameaçado de morte.
A presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião de emergência, no último dia 3, para discutir o assunto em Brasília. Ela ouviu os governadores do Pará, Simão Jatene, do Amazonas, Aziz Elias, e de Rondônia, Confúcio Moura.
Ao final da reunião, a presidente determinou o envio de homens da Força Nacional de Segurança ao Pará. Os homens chegaram ao estado no último dia 7 e devem permanecer no local por tempo indeterminado, segundo as autoridades brasileiras
No fim de maio, quatro ambientalistas foram assassinados - três no Pará e um em Rondônia. A lista de pessoas ameaçadas, segundo a CPT, contabiliza mil nomes.
O documento já foi entregue às autoridades brasileiras e também estrangeiras. No mês passado, um casal de extrativistas foi morto em uma emboscada, também no Pará. No início de junho, um trabalhador rural foi morto em Eldorado dos Carajás . De acordo com dados da Pastoral da Terra,desde 1996, foram 212 assassinatos em conflitos por terras no Pará.
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