terça-feira, 19 de julho de 2016

A educação de jovens e adultos e os municípios

Por Dr. Evandro Borges

Na educação brasileira a Educação de Jovens e Adultos – EJA é uma modalidade de ensino, com toda a sua complexidade, dirigida para estudantes em primeira  e segunda oportunidade, já contando com vivências na sociedade, principalmente do exercício do trabalho, muitos com frustações, merecendo assim um atenção especial dos educadores para o êxito escolar.

O contexto não é nada bom, a maioria das vezes, as cadeiras escolares são adaptadas para crianças e adolescentes, e consequentemente inadequadas para jovens e adultos,  muitos se incomodam com esta situação, não cabem nas carteiras, além das aulas serem realizadas no período noturno, após a exaustão do trabalho, e em conjunto com outras turmas de adolescentes na Escola.

Os professores que se encontram em sala de aula não são especialistas para o tratamento da Educação de Jovens e Adultos, muitos com idade abaixo dos estudantes, sem experiência de magistério, da falta da vivência com a vida, desconhecendo as relações de trabalho, os laços e rompimentos familiares, a convivência social como acontece, não conseguem superar os conflitos existentes, falta maturidade para a tolerância e para o diálogo.

Em muitos municípios, quando se quer apenar um professor, a administração coloca na modalidade de Jovens e Adultos, e apesar do número de matrículas  no início do período letivo ser significativa, vem se dando uma evasão exagerada, decorrente de todos estes fatores, além do peso da relação empregatícia, com jornadas extenuantes que não permite o aprendizado a contento, ficando apenas, nas raias do letramento.

Para os movimentos sociais e pastorais a modalidade é por demais importante, significa dar uma oportunidade para o trabalhador, que deixou a escola cedo para o trabalho, voltar ao aprendizado, se letrar e conseguir ir mais a frente, com o fim de buscar uma melhor qualificação, e muitas vezes, ser a primeira oportunidade, devendo aos profissionais do magistério e principalmente os Sindicatos enfrentar o desafio de melhorar as condições da modalidade da Educação de Jovens e Adultos.

Para a classe trabalhadora a modalidade de Educação de Jovens e Adultos precisa ser respeitada, o educando ser tratado com dignidade, a começar pelo prédio e pelas carteiras escolares, cabendo à especialização dos profissionais do magistério para o ensino/aprendizado, e os gestores públicos compreender toda a complexidade da modalidade, para contextualizar melhor.  

A administração pública municipal  na sua maioria não percebe a complexidade da modalidade de jovens e adultos, a tarefa gigantesca que precisa ser erguida, na especialização dos profissionais do magistério, na adequação dos prédios públicos, no tratamento diferenciado com os educandos, com metodologia com novos saberes que motivem o estudante em todo o período letivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário