Mas é preciso pautar um
debate e uma reflexão profunda sobre de qual projeto estratégico de
desenvolvimento sustentável e solidário a médio e em longo prazo para o Partido
dos Trabalhadores e para um novo governo que acaba de se reeleger a luz de um
amplo debate claro de projetos totalmente antagônicos do ponto de vista
político e de quem teria capacidade e moral de tocar e aprofundar as mudanças
que está em curso no País. Sem perder de vista prioridades como a Reforma
Política e a Regulamentação da mídia e dos meios de comunicação, mas a Reforma
Agrária e a Agricultura Familiar não podem ficar de fora do debate central
desse projeto de desenvolvimento que de fato tenha como foco o ser humano.
Embora alguns vejam o agronegócio
importante para os números em bolsas de valores e o mercado externo de Commodities
por outro lado o fortalecimento exacerbado desse modelo não contribuir para o
fortalecimento de um projeto de desenvolvimento rural sustentável e solidário
que tenha no centro da atenção o ser humano. Alguns desafios estão postos nesse
novo momento e a reforma agrária e a agricultura familiar é um deles, não
podemos tratar o modelo de reforma agrária e algumas ações para a agricultura
familiar igual para o sul assim como para o semiárido brasileiro, em primeiro
lugar é preciso levar em consideração as especificidades de cada região, ou
seja, o modelo para o semiárido não pode ser adotado para a região sul ou para
região norte por exemplo.
Associado a isso acredito
ser extremamente necessário e urgente aumentar o incentivo para a juventude e
dos demais públicos da reforma agrária e agricultura familiar. Os avanços na
educação do campo como a expansão do ensino superior público, ampliando e
aperfeiçoando o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA. O
aperfeiçoamento do PROÚNE e do FIES se faz necessário também, pois ainda se
torna um desafio o acesso e a permanência nos estudos para as populações do
campo e de modo especial à juventude rural que muitas vezes tem que escolher
entre estudar e a sobrevivência diária tendo que escolher trabalhar.
O avanço e aprofundamento
das políticas publicas e sociais de esporte e lazer, saúde, geração de renda,
acesso a internet, assistência técnica e meio ambiente é urgente e necessário,
pois ao contrário não será possível a continuidade da fixação das populações do
campo e que mais uma vez repito de nossa juventude que ainda tem que sair para
as maiores cidades para estudar, cursar uma faculdade, ter acesso a melhores
condições de vida e todas as ações que aqui citei.
É importante lembrar que
esse debate está pautado por importantes movimentos sociais e sindicais que
atua no campo, a exemplo, do Movimento Sindical dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais liderados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura – CONTAG quando pauta através de sua Comissão Nacional de Jovens o
debate da sucessão rural. Militamos a mais de 15 anos nos movimentos populares,
sociais e sindical seja através da igreja inicialmente, seja via o Sindicato de
Trabalhadores Rurais de base, seja via a Federação, seja nos momentos da CONTAG
seja no Partido dos Trabalhadores desde 2004.
Sempre acompanhei os
principais momentos de debates sobre a construção de pautas de reivindicações e
vir muitas propostas virarem realidade durante esse tempo, mas compreendo e acredito
que precisamos aprofundar muito mais esse processo de mudança nesse novo
momento que se aproxima. Por isso acho que os movimentos sociais e sindicais
que atuam no campo deverão desempenhar ainda mais seus papeis de mobilização e
construção dessas mudanças.
O Partido dos Trabalhadores
deve assumir essa bandeira e proporcionar e fortalecer espaços de debates como
foco estratégico dessa construção e assim ajudar a orientar o projeto de
desenvolvimento sustentável e solidário que precisamos aprofundar neste país.
Não é possível realizar ou aprofundar as mudanças que a sociedade almeja na
nossa visão sem levar em consideração alguns elementos colocados aqui por nós e
assim é preciso como já citamos abrir esse debate para que outros atores
sociais possam enriquecer, movimentos sociais, sindicais, as Universidades em
fim, está posto o desafio para um novo período.
Jocelino
Dantas Batista
Presidente
do Sindicato do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jandaíra/RN, Secretário
Agrário do PT/RN e Graduando em Gestão de Cooperativas pela UFRN.
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