quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Teologia da libertação por um de seus fundadores

Em 1970 sem que um conhecesse o outro, Gustavo Gutiérrez no Peru, Hugo Asmann no exílio na Bolivia, Juan Luis Segundo no Uruguai e eu no Brasil começamos a escrever sobre teologia da libertação ao invés da teologia do desenvolvimento. Havíamos entendido já que o nosso desenvolvimento era desenvolvimento do subdesenvolvimento, não sem as contribições teóricas de Faleto e do Prof. Fernando Henrique Cardoso. Ainda em 1969 Rubem Alves escrevia nos USA sua tese “Para uma teologia da libertação”. O editor achou que isso não teria mercado e lhe deu como título Teologia da Esperança. Em todos nós, agora 40 anos após o percebemos, agia uma força maior que nos inflamava a escrever estes textos para animar os cristãos comprometidos com as mudanças sociais na América Latina. Apresento aqui uma contribição simples e direta  com palavras de Gustavo Gutiérrez que fala como surgiu essa teologia a partir do amor aos pobres, do Cristo pobre e do serviço necessário que a Igreja deve fazer aos pobres. Paulo Freire nos ensinou a fazer de modo que os pobres fossem sujeitos de sua libertação da pobreza e não mais beneficiários do assistencialismo  das Igrejas e das pessoas de boa vontad. Publico agora este texto porque não são poucos os que nos twitter e blogs atacam esta teologia sem nunca terem, talvez, lido algo consistente e direto dos próprios iniciadores deste tipo de teologia. Como este Papa renunciante se confrontou com ela, através de dois documentos, um apresentando os riscos (nunca a condenou) e outro positivo mostrando sua importância nos paises em condições de opressão é a ocasião de publicarmos este testemunho de Gustavo Gutiérrez de 84 anos, homem extremamene inteligente, espirituoso, simples e amigo de seus irmãos indígenas (ele é mestiço, mais quéchua que espanhol), incompreendido mas sempre fiel a sua causa que ele,  como eu, entendemos estar vinculada a causa de Jesus: o Reino da justiça para os  humilhados e ofendidos e da ternura para com os simples e humildes da Terra. 

Lboff

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