O processo de formar para negociar com qualidade contém dinâmica diferenciada para a construção de negociações melhor sucedidas
Mais de 60 dirigentes sindicais participam hoje (06) e amanhã, na sala da Escola Nacional de Formação da Contag (Enfoc), da Oficina de Formação para Negociadores do Grito da Terra Brasil 2011. Essa é uma iniciativa do MSTTR que busca a melhoria dos resultados das negociações da pauta do Grito da Terra Brasil (GTB).
A Contag organiza o GTB desde 1995, e a cada ano esse processo de busca por políticas públicas e ampliação de direitos para os trabalhadores rurais avança. Conforme explicou o secretário de Formação e Organização Sindical da Contag, Juraci Souto, a oficina tem o objetivo de preparar os dirigentes para o embate na luta por um campo mais justo e solidário.
O secretário continua, “essa oficina é importante não apenas para melhorar a forma de negociar, mas também para criar nas lideranças a responsabilidade de acompanhar e monitorar o cumprimento dos itens negociados”, afirma.
O secretário de Assalariados (as) Rurais da Contag, Antônio Lucas, tem experiência em negociações e também na formação de negociadores (as). Segundo ele, um dos desafios desse ano é a formação de uma comissão que seja capaz de negociar a pauta como um todo, não apenas as partes específicas.
Lucas ainda lembra que é preciso ter em mente que a negociação não termina quando a mesa se desfaz. “A negociação não é apenas uma reunião, negociação é um processo e precisa de monitoramento”, reforça.
A secretária de Jovens da Contag, Elenice Anastácio, disse que muitos dos dirigentes participantes da oficina já tem histórico de negociação e outros estão iniciando a caminhada. “Independente da bagagem pessoal todos nós precisamos nos apoderar desse instrumento de formação para aperfeiçoar a argumentação e a negociação”, considera. A jovem secretária disse que essa inicativa da Contag também serve de exemplo para as que as Fetags repliquem esse 'novo jeito' de organizar e fazer o Grito da Terra.
Conjuntura - Amarrando as falas da manhã, o presidente da Contag fez um resgate político do significado das edições anteriores do Grito da Terra. Isso, para situar e construir entendimentos comuns sobre a correlação de forças sobre os desafios a serem enfrentados pelo MSTTR.
O presidente disse que embora para a história, no geral, 17 anos seja um curto espaço de tempo, a conjuntura mudou muito desde 1996. “Nós já vivemos momentos de tensão, de apanhar da polícia e de negociar sobre muita pressão, mas tudo valeu muito a pena, pois construímos um espaço político que hoje é respeitado pela sociedade”, relata o presidente.
Broch enumerou algumas conquistas gerais como a consciência classista, a participação social, e os espaços nos conselhos nacionais, e disse que o respeito pelas especificidades da agricultura familiar é algo bastante recente. “Hoje alguns setores já consideram o Grito da Terra uma espécie de data base nacional, por isso temos responsabilidade de inovar, criar novas formas de argumentar com o governo e buscar conquistas para a agricultura familiar”,
Painéis – Hoje ainda, durante a tarde os dirigentes vão fazer uma análise e um aprofundamento da pauta do GTB – desde os pontos centrais às pautas específicas. A ideia é ajudar no entendimento da lógica da pauta – que esse ano foi formatada diferentemente dos outros anos, para a definição dos objetivos a serem alcançados no processo de negociação.
Um dos trabalhos previstos é a construção conjunta de argumentos para a qualificação das equipes de negociação que durante as próximas semanas vão se reunir com 18 ministérios e diversos órgãos de governo para negociar cerca de 200 itens de reivindicação.
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