unindo forças políticas para manter vivas as políticas de convivência com o semiárido
Foto: Luana Almeida (ASA/RN)
Em audiência no dia de ontem, 8 de agosto, a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Rio Grande do Norte (FETARN) participou, na pessoa de seu presidente, Manoel Cândido da Costa de audiência com a Governadora Fátima Bezerra e representantes da Articulação Semiárido (ASA Brasil) e da ASA potiguar. A governadora se comprometeu defender a agenda da convivência com o Semiárido no Consórcio do Nordeste, formado pelos governadores dos nove estados da região.
"A governadora reafirmou o interesse para, de fato, buscar construir algo com a ASA nacionalmente através do Fórum dos Governadores e qualificou este ambiente político como 'favorável e sensível' a esta agenda", comentou Alexandre Pires, da coordenação executiva nacional da ASA pelo estado de Pernambuco.
A audiência ainda contou com a participação do vice-governador, Antenor Roberto; do Secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, Alexandre de Oliveira Lima; da Secretária de Trabalho, Habitação e Assistência Social, Íris Lima; além da presença dos coordenadores da ASA Brasil, Alexandre Pires; Marcírio Lemos, Coordenador da ASA Potiguar; Valquíria Lima e Maria Zuleide Araújo, e de Leonardo Freitas, da organização Sertão Verde dentre outros representantes de outras organizações.
Segundo a coordenadora da ASA, a governadora afirmou que a realidade do RN, assim como os demais governos do Nordeste, está bem difícil, por conta da dificuldade orçamentária. "Isso, claro, interfere na possibilidade dos governos locais apoiarem, como mereciam, as políticas de convivência com o Semiárido. A governadora também afirmou que é muito importante que nós continuemos fazendo incidência política junto ao governo federal e que a ASA pode contar com o apoio do governo do Rio Grande do Norte, do consórcio dos governos do Nordeste e se colocou à disposição", continua.
O Semiárido e o acesso à água - A região, que concentra 12% da população do país, predomina na geografia do Nordeste. Em quatro dos nove estados do Nordeste, o Semiárido corresponde a mais de 85% da extensão geográfica, a exemplo do Rio Grande do Norte com 95%. Na outra metade dos estados, a região ultrapassa a metade dos territórios.
No início do governo Dilma, quando houve a criação do Programa Brasil Sem Miséria, foram divulgados dados sobre as pessoas que viviam em situação de extrema pobreza e miséria no Brasil. Segundo o levantamento oficial, uma em cada quatro pessoas nesta condição viviam no espaço rural do Nordeste do Brasil, região que a ASA atua.
Desde 1999, quando a ASA foi formada, foi implementada, numa ação conjunta da sociedade civil organizada e governos, uma malha de mais de 1,3 milhão tecnologias de captação e armazenamento de água da chuva para consumo humano e produção de alimentos. Deste total, mais de 1,2 mil são de cisternas de água de beber e cozinhar que beneficiam número igual de famílias rurais, segundo dados do Ministério da Cidadania, divulgados em fevereiro de 2019.
No entanto, ainda há milhares de famílias no espaço rural do Semiárido sem acesso à água potável. Segundo o documento intitulado "Propostas da civil para a garantia do acesso à água às populações rurais do Semiárido", elaborado pela ASA e divulgado no lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Convivência com o Semiárido, em abril deste ano, na Câmara dos Deputados, ainda há mais de 343 mil famílias rurais necessitadas das cisternas de água de beber e mais quase 800 mil famílias sem as tecnologias que guardam água para agricultura e criação animal.
Com informações da ASA Brasil
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