Por Evandro Borges
Advogado
O Município de Japi na região do Trairi do Estado, vizinho a Santa Cruz não tinha uma feira livre, e aos poucos o Prefeito Municipal, Jodoval Ferreira de Pontes, com apoio nos órgãos de administração direta e da Câmara Municipal, do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, dos agricultores e agricultoras familiares, e da cidadania foi realizando algumas experiências com os produtores locais, da realização de feiras e o estímulo as potencialidades locais tentando alcançar o desenvolvimento sustentável, dando certo toda esta interação construída com desprendimento e muita determinação, persistência e com capacidade de dialogar.
Agora, nesta sexta-feira, dia 26 de julho de 2019, finalmente será lançada e inaugurada a feira livre de Japi/RN, após sessenta anos de emancipação do Município, com o funcionamento da feira na Praça Central, próximo à praça de eventos, quando serão destinadas dez bancas para produtos da agricultura familiar e orgânicos, uma demonstração da capacidade de encontrar consensos, de assegurar o desenvolvimento local, garantir a circulação de produtos dentro do seu próprio território e gerar oportunidades.
Esta iniciativa não é simples, um Município com base econômica na agricultura familiar, em pleno semiárido, mas, com muitos assentamentos de Reforma Agrária, que retrata toda uma História de lutas populares, apesar das vulnerabilidades sociais, de toda ordem, da falta de assistência técnica e extensão rural sistemática, com a proximidade de um grande centro, conseguir viabilizar uma feira livre consiste em um diferencial, principalmente do bom aproveitamento das políticas e programas públicos destinados aos agricultores e agricultoras familiares que foram conquistados pelo movimento sindical e social.
O interessante é registrar de imediato a garantia da comercialização de produtos da agricultura familiar, dimensão econômica que dá sustentação alimentar e nutricional a família brasileira, com produtos mais naturais e saudáveis, considerados produtos da longevidade, sem a utilização do uso indiscriminado de agrotóxicos que vem envenenando e provocando todo tipo de doenças, e quebrando a biodiversidade.
Historicamente é bom resgatar que a feira livre no ocidente tem origem nos Romanos, adotados por todos os povos latinos, quando nos dias feriados e santificados, as pessoas promoviam trocas de mercadorias, e criavam laços em comuns, geravam convivências e identidades, estabeleciam comunidades e constituíam famílias, geravam centros de comercialização e realizando a vida humana.
A feira livre de Japi/RN é muito mais que um local de comercialização de produtos, será também, um ponto de convergência, de encontros da cidadania e das famílias, de formação de laços, de conhecimentos, saberes e vivências, de cultura e certamente fortalecerá a identidade municipal, contribuindo para autonomia municipal, local de realização da vida neste mundo globalizado.
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