sexta-feira, 19 de outubro de 2018

A postura oportunista de apoio a Jair

Por Dr. Evandro Borges
Advogado

Na condição de cidadão acompanho a trajetória política de diversos detentores de cargos públicos, para tentar conhecer melhor, o posicionamento e a dar qualidade à capacidade de interpretar os fatos correntes do contexto político local e nacional, para opinar como mínimo de qualidade e de conhecimento, principalmente, em averiguar as mudanças e transformações que estão passíveis de ocorrerem.

Neste sentido, juntando diversos fatos políticos vai se aos poucos formando uma opinião, avaliando o passado e o presente dos agentes políticos e dos candidatos a representação popular de cargos importantes da República, tanto da União, como também, aos cargos políticos de direção dos Estados, dentre os cargos, um dos mais importante é o cargo de Governador.

O candidato do PDT desde o início de sua trajetória política tentou se diferenciar da família Alves, com posições e propostas apresentadas na Assembleia Legislativa, na sua participação como líder do Governo Garaibaldi Filho, e no seu apoio incondicional a Vilma de Faria, figurando inicialmente na condição de Vice-Prefeito, e depois fazendo o contraponto a Micarla de Souza.

A saudosa Governadora assumiu as bandeiras do Partido Socialista Brasileiro, aliando-se a Miguel Arraes e depois a Eduardo Campos, construindo um PSB no Estado, e contando com o apoio do candidato do PDT, auxiliando as pretensões do ora candidato, que sempre se mostrou de difícil diálogo, principalmente com os Vereadores e com os mais diversos segmentos sociais.

A postura em relação à Presidência da República no atual momento é um “divisor de águas”, com uma candidatura que desperta o ódio, a falta de base democrática, de ausência de pluralidade e de convívio, do incitamento a violência praticada pelos seus partidários e de total afronta as minorias, chegando aos raios do fascismo, portanto para os democratas com um mínimo de comprometimento com a democracia representativa, não se pode pactuar.

O apoio a Ciro candidato oficial do PDT já foi um tanto tímido, e no segundo turno sair para apoiar Jair significa um oportunismo sem tamanho, uma profunda contradição pelo passado que tentou construir, inclusive chegando apoiar Fátima Bezerra para Prefeita de Natal, postura esta, de ordem política, rejeitada nas eleições de sete de outubro, com uma brutal renovação saída das urnas.

O candidato do PDT indiscutivelmente não é afeito ao diálogo, que digam os Vereadores, os sindicalistas dos servidores públicos, que conseguiram uma data base judicial, mesmo assim o candidato não respeitou, imagine um Estado em crise profunda com um possível Governador que não se dispõe a efetuar o diálogo, de buscar uma grande concertação, que envolva os parlamentares estaduais e federais, e os segmentos econômicos e sociais.

O apoio a Jair do candidato do PDT, inclusive contrariando orientação nacional do seu Partido, é oportunista, eleitoreira, retrograda, contra a fidelidade partidária, que deve merecer o desprezo dos eleitores e cidadãos do Estado, está apenas, nos marcos da política do passado, rejeitada de forma veemente nos resultados das urnas de sete de outubro último.

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