segunda-feira, 5 de junho de 2017

Tancredo Neves e  Aécio

Tancredo Neves entrou para a História do Brasil considerado um dos políticos mais importante no século passado, nascido em São João Del Rey em Minas Gerais, foi Ministro da Justiça de Getúlio Vargas, ajudou a elaborar a Constituição mineira, foi primeiro ministro, após a renuncia de Jânio Quadros, Deputado Federal em vários mandatos, diretor do Banco do Brasil.

Resistiu à ditadura iniciada em 1964, foi para o MDB, eleito Governador de Minas Gerais, fundou o Partido Progressista, depois incorporou ao PMDB, participou da campanha das diretas, após a derrota da Emenda Dante de Oliveira, conseguiu no Colégio Eleitoral uma votação expressiva, foi eleito de forma indireta Presidente do Brasil, morreu adoentado com infecção generalizada comovendo o país.

A trajetória de Tancredo Neves, político desde a década de 1930 foi completamente ilibada, sem acusações de corrupção, um conservador, mesmo em uma época de muitas dificuldades, de modernização do Brasil, de sua economia e política, de intervenções militares, de radicalizações, da falta de liberdades coletivas e individuais, de guerra fria, de combate à corrupção, ficando famoso o caso da Rua Tonelero com a morte do militar da Aeronáutica Rubens Vaz com o IPM aberto.

A vida de Tancredo Neves foi à senha política para o neto Aécio Neves, colaborando com os paulistas Montoro, Covas, Frenando Henrique, José Serra e outros fundarem a social democracia brasileira, buscando o símbolo do nativismo no tucano, confesso até que gerou muito entusiasmo, passei a apoiar e coordenar a campanha do sindicalista rural Francisco Urbano para o Senado, do PSDB no Estado do Rio Grande do Norte, quase chegávamos à eleição.

Aécio foi candidato a Presidente galvanizando a metade do eleitorado nacional, por capricho, cometeu erros históricos, queria tomar posse no lugar de Dilma, o mesmo que Lacerda queria fazer com Getúlio Vargas, que fizeram com Jango, sendo necessária a campanha da legalidade, passou alimentar uma luta de classe e dividir o Brasil, jogar o país em uma crise para defender os seus interesses pessoais.

Apoiou o golpista do Temer, pego igual a ele pela “operação lava jato”, com mala e tudo, e pior comprometido com a amizade do Senador colega de Minas, Zeze Perrella, que “apenas trafica drogas” , afastado do Senado, da liderança da social democracia brasileira, deverá ser julgado em breve, completamente desmoralizado pela grande mídia nacional, deixou de ser qualquer referência.

Tancredo e Aécio, avó e neto, completamente diferentes, distintos, um herói o outro um desastre nacional, que envergonha e humilha a política nacional, logo de Minas Gerais, com tantas personalidades históricas e da maior dignidade, sendo preciso a separação do joio do trigo, para a reconstrução política do país.

Evandro Borges.
Advogado.

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