quarta-feira, 17 de maio de 2017

Senadores da oposição desmascaram ministro da Educação


O Senado pôde, nesta terça-feira, mais uma vez, constatar o despreparo dos ministros do governo de Michel Temer em relação aos assuntos de suas pastas. Desta vez, foi o ministro da Educação, Mendonça Filho, durante audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Ao fazer um balanço de sua gestão, ele não conseguiu dar argumentos aceitáveis para o esvaziamento das políticas públicas que estiveram em vigor durante o governo Dilma, e, por isso, teve dificuldades para responder aos questionamentos dos senadores da oposição.

“Lamentável! O ministro, de olho no retrovisor, deprecia nossas ações, por total ausência de um projeto educacional do atual governo. Somente a sabotagem política empreendida pelo consórcio golpista explica a aprovação da Emenda 95, que congelou o investimento nas áreas sociais, mas nada justifica o corte de R$ 4,3 bilhões na área de educação neste ano ”, disse a senadora Fátima Bezerra.

O senador Humberto Costa também criticou o posicionamento do ministro Mendonça Filho durante a audiência pública: “Não foi um ministro que se sentou à mesa da Comissão de Educação. Foi um papagaio do Palácio do Planalto; foi alguém que veio aqui mais para criticar o PT e a presidenta Dilma do que para falar de suas próprias ações”, afirmou o líder da oposição no Senado.

Fátima Bezerra destacou o fato de que, em vez de projetos educacionais concretos, o ministro tenha baseado sua apresentação em recortes de jornais e dados distorcidos, tentando depreciar a gestão passada. Ela enfatizou que, enquanto os governos Lula e Dilma ampliaram os investimentos na área, com resultados que vão desde o aumento do número de universidades públicas e institutos federais até a ampliação de programas e inovações na legislação para a melhoria da educação básica no país, o governo Temer prefere cortar recursos e inviabilizar políticas, como o Plano Nacional de Educação.

“A partir dos governos Lula e Dilma, a universidade pública passou a ser realidade para a população menos favorecida: aumentamos em mais de um terço o número de universidades federais, mais do que dobramos o número de cursos e de vagas na graduação presencial, além de quadruplicarmos o número de matrículas na educação a distância e também na pós-graduação”, destacou Fátima Bezerra.

Nos 13 anos que o governo do PT esteve à frente do governo federal, foram criadas 18 novas universidades e 173 novos campi, além de 500 novos institutos federais, possibilitando a interiorização do ensino superior e tecnológico no país. Isso sem falar na instituição do piso salarial nacional do magistério e a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb, aprovados pelo Congresso no período, com total apoio do governo federal da época.

Reforma da previdência

Os senadores também criticaram duramente a mudança de idade e tempo mínimo de serviço exigido para os professores se aposentarem, prevista na Reforma da Previdência. Mendonça Filho afirmou ser favorável à proposta, nos termos do parecer do relator na Câmara, deputado Arthur Maia. De acordo com a proposta em tramitação, os professores somente poderão se aposentar com 60 anos de idade e 25 anos de contribuição, sem distinção entre homens e mulheres.  Além disso, serão exigidos 40 anos de trabalho e contribuição para acesso à aposentadoria integral. A legislação em vigor garante a professores da educação básica da rede pública o direito à aposentadoria após 25 anos de trabalho, no caso das mulheres, e 30 anos, no caso dos homens, com idade mínima de 50 anos e 55 anos, respectivamente.

“Lamento profundamente esse posicionamento do ministro contra os professores da educação básica. Somente alguém que não conhece a realidade dos professores brasileiros é capaz de ser favorável à proposta. Esses professores ganham salários baixos, trabalham num sistema precário e são submetidos a elevado nível de estresse. Essa proposta acaba com a aposentadoria especial do magistério, que, no nosso entender, não é um privilégio, mas uma proteção social”, criticou Fátima Bezerra.

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