segunda-feira, 10 de abril de 2017

A Central de Comercialização da Agricultura Familiar

Esta semana conversei com Silvana Patrício, agrônoma, formada pela ESAM, hoje, UFERSA com campus central em Mossoró/RN, natural de Pau dos Ferros/RN, logo após a sua formatura ingressou na FETARN – Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Rio Grande do Norte, entidade sindical de segundo grau, estando há mais de dez anos na instituição, recebendo a causa da Central de Comercialização da Agricultura Familiar, lembramos das lutas e dificuldades para a execução desta obra.

A determinação da diretoria da FETARN e do movimento sindical articulado foi fundamental para finalmente, após dez anos ininterruptos de espera, agora em março próximo passado, ser inaugurado a Central, passando por diversos governos e perigos, primeiro após inicialmente quase pronta queriam entregar a CEASA, em seguida com a Copa de Futebol, as obras da Rua Capitão Mor Gouveia iriam destruir a Central, mas, um obstáculo e outro tudo fora vencido.

A Central tem uma gestão compartilhada entre governo e uma cooperativa de agricultores familiares está à frente, contendo boxes, barracas, lanchonete, banheiros, auditório, salas de administração, bem equipado, caminhões, estacionamentos, e muitos produtos da agricultura familiar, do Estado, tais como: batata, macaxeira, feijão verde, hortaliças e folhagens produzidas de forma orgânica e ecológica com certificação, frutas do Estado em geral, desde bananas, mangabas, abacates, castanhas, queijos, peixes, ostras, entre tantos outros.

A comercialização é realizada de forma direta entre os produtores, associações, cooperativas e consumidores, um avanço e tanto, para transformar a agricultura de subsistência em agricultura familiar como é em tantos países pelo mundo afora, dando mais condições para aqueles que produzem setenta por cento da alimentação da família brasileira, um resgate histórico para aqueles que sofreram quatro séculos de escravatura e um século de servidão com acesso precário a terra.

A Central recebe produtores de todo o Estado, foi uma articulação de todos os territórios, arranjo institucional dos Governos Lula/Dilma, é bom se reconhecer por mérito, que em dado momento com a participação do movimento sindical, juntaram os recursos para viabilizarem esta grande obra, em que pese os obstáculos, mas, tudo foi acompanhado por uma comissão permanente, fez seguir em frente, foi pauta de gritos da terra no Estado, um anseio que começa a ser vitorioso.

A cultura dos assentamentos, da convivência das comunidades organizadas através de associações, das instituições de técnicos voltados para agricultura familiar, dos recursos do PRONAF, de crédito fundiário, das garantias de um mercado institucional para agricultura familiar, de tantos programas conquistados, da extensão oficial da EMATER, dos cursos de empreendedorismo, da presença do SEBRAE, dos recursos constitucionais do Nordeste, dos gritos da terra, da militância de tantos trabalhadores e trabalhadoras rurais que viabilizaram a Central e você consumidor está convidado a visitar e comprar produtos alimentícios e artesanais de qualidade.

Evandro Borges
Advogado.

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