Neste
recesso de natal e ano novo tive a sorte de assistir dois grandes importantes
documentários históricos no Brasil, um foi o documentário da história de
Getúlio Vargas e o outro foi à história do professor, ex-ministro e ex-senador
da república, Darcy Ribeiro. Ambas essas figuras viveram momentos distintos,
mas ambas sofrem perseguições de setores do capital financeiro, de grandes
proprietários de terras e de setores da mídia (grandes jornais) onde o primeiro
termina em um suicídio antes que os oposicionistas, os setores do capital
financeiro, dos grandes proprietários principalmente representados pela UDN
(União Democrática Nacional) e dos jornais tomassem o poder,
O
segundo além de professor, militante pelas causas da educação, da reforma
agrária, dos povos indígenas, fundador da Universidade de Brasília, ministro do
governo Jangoulart e depois após a anistia senador da república. Mas além da
história dessas duas figuras, o que me chamou atenção é o fato que no governo
de Getúlio Vargas onde ele foi eleito pelo voto direto passou por uma
perseguição tão grande por setores ligados aos grandes empresários, grandes
proprietários e setores da mídia que não aguentou e suicidou-se.
Ou
seja, ainda não existia a figura das grandes televisões, mas existia grandes
jornais inscritos como, por exemplo, o jornal do governador do Rio de Janeiro
na época, Carlos Lacerda que sofre um atentado coordenado pelo chefe da
segurança da presidência da república e mesmo não morrendo, mas foi o fiel da
balança para garantir o suicídio do presidente. Bem, anota-se ai o interesse
político da época dos empresários, latifundiários e dos donos de jornais.
Quanto
a Darcy Ribeiro o quem ao fato é sua participação no governo Jangoulart que por
sua vez era ministro da casa civil e o governo jangoulart iniciava um governo
de reforma de bases, como reforma agrária, com distribuição de terras, avanços
nos direitos sociais e etc. Diante disso o governo é deposto com o golpe
militar de 1964.
No governo
Jango teve outros elementos que se parecem muito com o atual golpe em andamento
atualmente, ou seja, o governo na época adota uma política externa mais direcionada
ao comercio europeu ou outras fontes de mercado em detrimento aos Estados
Unidos como era de costume nos anos passados no Brasil, sobre tudo após a
segunda guerra mundial. Mas também vem no golpe de 1964 a pressão novamente do
capital financeiro nacional por conta da política de direitos sociais, direitos
trabalhistas e etc, da política de reforma agrária, ou seja, distribuição de
terras, contrariando o interesse dos grande proprietários, da mídia dessa vez
com a figura das grandes TVs, sobre tudo da Globo e dos Estados Unidos
interessados nos lucros das empresas brasileiras.
Vemos
então como os mesmos elementos desde 1951 até aqui se assemelham, quando um
governo avança para mais direitos sociais básicos, quando o povo mais humilde,
a classe trabalhadora começa a ter vez, sempre dar-se um jeito de retirar esse
governo do poder imediatamente. Vejamos que agora em 2016 não foi diferente de
1964, inclusive com a mesma participação do Supremo Tribunal Federal (STF), do
Congresso Nacional, da mídia, do capital financeiro, alias esse representado
dentro do Congresso por seus deputados e senadores e pela FIESP e dos Estados
Unidos interessado dessa vez principalmente nos lucros da PETROBRAS através do
Pré sal, tanto é que umas das primeiras medidas de Temer e seu ministro de
comercio exterior, José Serra foi muda o marco regulatório do Pré sal,
permitindo que empresas estrangeiras explorassem também, tirando assim a
exclusividade da Petrobras.
Esse
golpe de 2016 vai mais além de 1964, embora não tenha tido a participação do
exercito, ou seja, a elite não se contenta em tentar a todo custo de tentar tirar
o direito do maior líder do projeto de transformação social do projeto que
representa os governos anteriores do partido dos Trabalhadores (PT). O LULA
apesar de até o momento nenhum juiz, nenhum delegado da Polícia Federal (PF)
encontrar nenhuma prova contra ele, mas tem que a todo custo incrimina-lo
contrariando o estado democrático de direito.
Não é
um petista ou um líder de esquerda que afirma isso nem tão pouco o
ex-presidente ou seus advogados, mas foi um delegado da Polícia Federal
integrante da Operação Lava Jato que afirmou isso essa semana com todas as
letras garrafais. Por tanto, o golpe não foi contra tão somente a Constituição,
contra a democracia ou contra a Dilma, o golpe é contra um projeto de avanço as
conquistas sociais, a possibilidade de mais educação, saúde, garantia e avanços
dos direitos trabalhistas e da possibilidade acima de tudo da classe
trabalhadora, dos mais humildes, dos filhos dos agricultores, dos pedreiros,
das empregadas domesticas ter acesso a direitos que antes não era possível,
como ter acesso à universidade, ser médico ou médica, e tantas outras profissões.
Jocelino Dantas Batista
Presidente do STR Jandaíra e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, Integrado, Sustentável e Solidário (COMDRIS), Gestor de Cooperativas pela UFRN.
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