Nestes últimos meses tenho caminhado pela área rural do Estado, constatando as agruras de cinco anos de ausência de chuvas regulares, chuvas estas que minimizariam as dificuldades do homem e da mulher do campo, dos agricultores(as) diretos, da agricultura familiar, ainda muito incipiente, mais amenizada pelos programas e políticas públicas, tendo também, atingido o agronegócio.
As notícias vindas da EMPARN com um inverno normal são alvissareiras, e que se torne uma realidade o inverno, já fazendo a alegria dos produtores e produtoras rurais, e a chegada pela mídia da informação de chuvas nas comunidades rurais, inclusive no Seridó, transbordam todos de esperança, da possibilidade de produzir, de alcançar a segurança alimentar, principalmente com a produção de feijão e milho.
Diante da notícia de inverno, embora, rápido, apenas quatro meses, que contribua para encher os barreiros, cacimbas, açudes, barragens, as cisternas implantadas, e diminuir a dependência do carro pipa, com água de qualidade duvidosa, melhorar o nível dos lençóis freáticos garantindo água para seguir nas adutoras, aliviando a conta de energia elétrica, das bombas para irrigação que estão paralisadas e para as caixas d’água dos sistemas de abastecimento domiciliar, e para o trato animal.
Este período alongado de estiagem no Nordeste brasileiro ensinou a necessidade de convivência com seca, sendo a realidade do semiárido, já não faz mais vítimas fatais como outrora, mas houve perdas consideráveis, impondo uma vida dura, de muito trabalho, de se tentar conseguir o máximo do solo e dos mananciais de água permanente, correspondendo a uma vida causticante, que torna o “Nordestino um forte”.
Venham as chuvas, contudo, que se prossigam os programas públicos, principalmente o garantia safra, programa de responsabilidade compartilhada entre os entes federativos e os agricultores e agricultoras familiares, sendo a hora de se aportar mais recursos ao PRONAF, da continuidade do programa um milhão de cisternas, e da Reforma Agrária e do programa de crédito fundiário.
A articulação da sociedade civil e dos governos faz-se necessária, sendo o momento para o prosseguimento da transposição das águas do São Francisco, e da continuidade da construção da barragem de oiticica no Estado do Rio Grande do Norte, sem descurar das questões sociais, a unidade de ações, dos estudos, da busca cientifica, da adoção das novas técnicas agronômicas, e que venham as chuvas de mansinho e permanente.
Evandro Borges.
Advogado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário