sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O inverno que chega e a vida dura do campo

Nestes últimos meses tenho caminhado pela área rural do Estado, constatando as agruras de cinco anos de ausência de chuvas regulares, chuvas estas que minimizariam  as dificuldades do homem e da mulher do campo, dos agricultores(as) diretos, da agricultura familiar, ainda muito incipiente, mais amenizada pelos programas e políticas públicas, tendo também, atingido o agronegócio.

As notícias vindas da EMPARN com um inverno normal são alvissareiras, e que se torne uma realidade o inverno, já fazendo a alegria dos produtores e produtoras rurais, e a chegada pela mídia da informação de chuvas nas comunidades rurais, inclusive no Seridó, transbordam todos de esperança, da possibilidade de produzir, de alcançar a segurança alimentar, principalmente com a produção de feijão e milho.

Diante da notícia de inverno, embora, rápido, apenas quatro meses, que contribua para encher  os barreiros, cacimbas, açudes, barragens, as cisternas implantadas, e diminuir a dependência do carro pipa, com água de qualidade duvidosa, melhorar o nível dos lençóis freáticos garantindo água para seguir nas adutoras, aliviando a conta de energia elétrica, das bombas para irrigação que estão paralisadas e para as caixas d’água dos sistemas de abastecimento domiciliar, e para o trato animal.

Este período alongado de estiagem no Nordeste brasileiro ensinou a necessidade de convivência com seca, sendo a realidade do semiárido, já não faz mais vítimas fatais como outrora, mas houve perdas consideráveis, impondo uma vida dura, de muito trabalho, de se tentar conseguir o máximo do solo e dos mananciais de água permanente, correspondendo a uma vida causticante, que torna o “Nordestino um forte”.

Venham as chuvas, contudo, que se prossigam os programas públicos, principalmente o garantia safra, programa de responsabilidade compartilhada entre os entes federativos e os agricultores e agricultoras familiares, sendo a hora de se aportar mais recursos ao PRONAF, da continuidade do programa um milhão de cisternas, e da Reforma Agrária e do programa de crédito fundiário.

A articulação da sociedade civil e dos governos faz-se necessária, sendo o momento para o prosseguimento da transposição das águas do São Francisco, e da continuidade da construção da barragem de oiticica no Estado do Rio Grande do Norte, sem descurar das questões sociais, a unidade de ações, dos estudos, da busca cientifica, da adoção das novas técnicas agronômicas, e que venham as chuvas de mansinho e permanente.

Evandro Borges.
Advogado.

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