sexta-feira, 17 de junho de 2016

Fátima: Em 30 dias, máscara do governo golpista já caiu


A senadora Fátima Bezerra afirmou, nesta sexta-feira, que a máscara do governo interino já caiu com apenas um mês. Segundo a parlamentar, o governo cometeu equívocos já na escolha do perfil de sua equipe, quando não colocou nenhuma mulher ou negro no ministério e extinguiu ou rebaixou importantes ministérios. Mas o caráter golpista ficou claro com a divulgação das gravações da delação premiada de Sérgio Machado, que deixaram claro que o interesse do governo interino de interromper a Operação Lava Jato e colocar em curso um projeto de governo altamente prejudicial para a classe trabalhadora, o que já culminou com a queda de três ministros.

“A forma como o golpe foi articulado, as forças políticas envolvidas e os compromissos assumidos já sinalizavam o que seriam os rumos do Governo. A população, é claro, foi manipulada para acreditar em um suposto combate à corrupção e, principalmente, na superação da crise, o que não aconteceu e nem vai acontecer. Era pura enganação”, disse.

Fátima destacou que o presidente biônico, Michel Temer, tem pressa em realizar o que chamou de operação desmonte, desconstituindo políticas sociais de distribuição de renda e de inclusão social; impondo retrocessos na saúde, na educação, nos direitos dos trabalhadores, nas políticas afirmativas e na agricultura familiar. “O governo biônico tem pressa, para jogar o ônus da crise nas costas do povo trabalhador. Desconstruir é a palavra de ordem deste Governo”, enfatizou.

Fátima reforçou ainda que as medidas já anunciadas pelo governo, como a proposta de desvinculação orçamentária dos gastos com as áreas sociais, terão uma forte resistência popular. “ O açodamento, as denúncias de corrupção, os escândalos, o ataque aos direitos do povo e os retrocessos têm sido as marcas desse período que, infelizmente, o Brasil está passando – um retrato do atraso. Mas, a resistência popular contra o golpe é crescente e derrotará, nas urnas e no Senado Federal, o retrocesso que tentam impor ao País”, afirmou.

Ministérios
Para Fátima, a composição ministerial do governo provisório é uma das piores já vistas na história do Brasil. Para ela, é um elenco conservador, sem diversidade, sem negros, sem mulher e que representa o que há de mais retrógrado na política brasileira. “É um ministério que tem à frente pessoas desqualificadas, montado sob medida para interromper ações de políticas públicas que vinham fazendo o Brasil avançar e superar problemas sociais seculares. Também é um ministério recheado de nomes envolvidos na Operação Lava Jato – incluindo o próprio Presidente interino – e montado para pagar a conta alta do impeachment”, disse.

Fátima lembrou ainda que, em 35 dias de gestão, completados ontem, três ministros saíram do governo Michel Temer por conta da Operação Lava Jato. “O Brasil assiste estarrecido e incrédulo a um espetáculo deprimente, jamais visto em qualquer outro governo da nossa República. Três ministros já caíram e ainda há outros na fila, na corda bamba”, declarou.

Fátima mostrou também sua preocupação com a composição do Ministério da Educação. De acordo com a parlamentar, vários cargos da pasta estão sendo ocupados por profissionais oriundos e defensores da educação privada, pessoas ligadas aos governos do DEM e do PSDB, que estão reeditando uma aliança que causou grandes retrocessos na educação brasileira. “Os dois partidos foram responsáveis pelos piores momentos da educação brasileira. Quando o PSDB e o DEM estiveram à frente da educação, os recursos eram ínfimos. Quem não se lembra do governo Fernando Henrique, que promoveu o maior sucateamento da universidade pública deste País? As universidades ficavam meses, mais de um ano, sem dinheiro sequer para pagar a conta de energia, as matrículas diminuindo, campi fechando. É bom aqui destacar, por exemplo, que, no último ano do governo FHC, foram destinados apenas R$24 bilhões do Orçamento para a área, um quarto da destinação de 2015 com a Presidenta Dilma, que foi de R$96 bilhões”, concluiu.

Foto: Pedro França/Agência Senado

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