quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Fátima convida população para movimento contra impeachment no próximo dia 16


Em discurso no plenário, nesta terça-feira (8), a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) disse que o pedido de impeachment, da forma como está sendo conduzido, sem embasamento legal e jurídico, está revoltando a sociedade brasileira. “Impeachment é algo legal, está previsto na Constituição. Agora, impeachment sem embasamento legal, sem embasamento jurídico, é golpe, é tentativa de ruptura democrática; é tão grave, é tão revoltante, é tão monstruoso que a sociedade está se levantando”, disse.
A senadora destacou o grande ato contra o golpe, organizado pela CUT, UNE, MTST e outros movimentos sociais, no próximo dia 16, em defesa do governo da Presidenta Dilma Rousseff e da democracia. “ É o dia em que, mais uma vez, os homens e as mulheres de bem deste país irão às ruas para manifestar repúdio ao processo de impeachment. Golpe, pelo amor de Deus, nunca mais! Contamos com todos aqueles que têm apreço e zelo pela democracia, para formarmos uma frente forte, em defesa da legalidade democrática e para garantir a soberania popular, respeitando os 54 milhões de votos que a Presidenta Dilma teve”, afirmou.
Para a senadora, o gesto autoritário do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, no final da tarde de ontem, ao alterar a forma de escolha dos membros da Comissão de Impeachment, é  arbitrário e próprio de quem não tem respeito pelas instituições democráticas. “Na tentativa de salvar a própria cabeça, esse homem agora atira contra o Regimento Interno da Câmara dos Deputados e, principalmente, contra a Constituição cidadã. Isso é um insulto às instituições democráticas e à própria democracia. É a demonstração cabal de que esse homem não tem o mínimo apreço pelos votos que os eleitores conferiram a cada Parlamentar”, criticou.
Fátima ressaltou ainda que Cunha não tem legitimidade moral para conduzir os trabalhos da Câmara, por estar ele envolvido em inúmeras e graves denúncias. “Ele está atolado até o pescoço e o Brasil inteiro sabe. Está lá respondendo a processo disciplinar no Conselho de Ética porque mentiu aos seus pares. Foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República, que o acusa de ocultação de bens, que o acusa de lavagem de dinheiro, que o acusa de desvio de recursos para o exterior”, salientou.
Fátima lembrou que a presidenta Dilma, contra quem não pesa nenhuma acusação por ter cometido crimes, defende que o Congresso se posicione rapidamente sobre o pedido de impeachment, para que o país possa voltar à estabilidade. “O Congresso Nacional tem que ter respeito para com o País, um mínimo de respeito, um mínimo de sensatez. Vamos apreciar o pedido. Nós temos a convicção de que esse processo nem será aberto, que sequer chegará ao Plenário do Senado, porque o bom senso e a justiça irão prevalecer. Nós temos não só esperança, mas temos muita confiança de que esse pedido vai morrer na Câmara, que ele será arquivado lá, porque este deve ser o seu destino”, disse.
Fátima citou as várias manifestações contra a abertura do processo de impeachment, como o movimento Golpe Nunca Mais, lançado pelo governador do Maranhão, Flávio Dino, pelo ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, e pelo presidente do PDT, Carlos Lupi, que faz uma alusão ao projeto Brasil Nunca Mais, que denunciou crimes cometidos pela ditadura militar no nosso País. Também destacou o apoio que a presidenta Dilma recebeu de mais de 30 juristas renomados, que garantem que não há nenhuma base jurídica para a abertura de processo de impeachment contra Dilma.
Fátima mencionou ainda a nota que a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) divulgou nesta segunda-feira, denunciando a tentativa de golpe contra o governo democraticamente eleito da presidenta Dilma. “Nunca é demais ressaltar o valor que tem nossa democracia e que, em regimes democráticos, a escolha e a substituição dos governantes ocorre pelo voto popular, pela urna e não por manobras, por caminhos tortuosos, espúrios como os caminhos do tapetão. Mas esse golpe não passará porque a população vai às ruas em defesa da nossa Constituição. Golpe neste país nunca mais”, reiterou.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

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