terça-feira, 2 de junho de 2015

Voltamos ao passado. Mas ainda podemos evitar o pior.

Voltamos ao passado. O Banco Central deve realizar mais duas altas de juros este ano e nada da inflação recuar.  Aperto no crédito, corte de investimentos, redução dos gastos e de benefícios sociais, mais impostos com os resultados conhecidos, recessão e desemprego, queda da renda e amplo e geral desgaste do governo e do PT.
Um aperto monetário acompanhado de aumento dos juros e cortes de investimentos e do crédito — mesmo com o câmbio acima de R$ 3,00 — pode agravar ainda mais a situação da nossa indústria. Com a queda do emprego no comércio, construção civil e indústria, são urgentes medidas compensadoras, como foi o caso do compulsório para a construção civil.
Criar um Eximbank e uma Secretaria de Comércio Exterior e impulsionar o Mercosul; retomar todas as negociações paralisadas com um conjunto de iniciativas para ampliar nossas exportações de capitais, serviços e tecnologia para a América Latina. Sair da paralisia na política de comércio exterior e desenvolvimento industrial, como propôs o atual ministro desde sua posse.
Dar de fato prioridade às concessões na infraestrutura, resolver de vez os problemas nos modelos ferroviário e portuário, e impulsionar uma nova rodada nos setores rodoviário e aeroportuário. O setor de petróleo, gás e energia, junto com o da infraestrutura, podem garantir, ao lado do agronegócio e do mercado interno, a redução da recessão. E, junto com as exportações, levar o país a crescer em 2016. Daí a importância da volta da Petrobras ao mercado, com captações bem sucedidas e a retomada dos investimentos da empresa no pré-sal.
A manutenção dos juros do Plano Safra mas também da Agricultura Familiar e o volume total de recursos superior ao da safra 14-15 é fundamental. Será um erro grave colocar restrições desnecessárias ao financiamento das safras do agronegócio e da agricultura familiar, particularmente porque esses setores podem ser os únicos a crescer em 2015.
Para minorar a recessão, repetimos, são fundamentais o anunciado lançamento do Minha Casa Minha Vida III e a urgência dada ao programa de concessões — mas com um plano de ação para superar os entraves ambientais e administrativos que, de forma irresponsável e muitas vezes política, paralisam as principais obras de infraestrutura do país.
Apesar dos cortes dos gastos e investimentos e da subida dos juros, desnecessária, que na prática anula os ganhos do ajuste fiscal, com o aumento do serviço da dívida interna, ainda é possível evitar o pior, não abrindo mão do papel do governo e do Estado no financiamento da nossa economia e do nosso desenvolvimento.
Por Zé Dirceu via seu Blog

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