quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Ensino superior privado: 40% dos estudantes beneficiam-se do ProUni ou do FIES

Os dados divulgados pelo ministro da Educação, Henrique Paim, relativos ao alcance do ProUni e do FIES na educação superior privada atestam a revolução silenciosa feita na área, permitindo  aos estudantes de baixa renda o acesso a novas oportunidades como jamais ocorreu antes destes 12 anos de governos do PT.
Segundo Paim, 40% dos alunos matriculados no ensino superior privado usam um dos dois programas. “São estudantes que têm perfil de baixa renda. Temos um bom desempenho desses estudantes. No ProUni muitas vezes o desempenho supera o de quem não é cotista do programa”, comemorou o ministro. 
As informações foram dadas durante a participação de Paim em painel promovido pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior, nesta 2ª feira. Segundo o titular da Educação, o país precisa “não só expandir o ensino superior, mas expandir com qualidade, melhorar a aprendizagem, fazendo com que os estudantes possam seguir suas carreiras profissionais”.
Ele também considerou não haver um sistema de avaliação perfeito. Mas, ponderou, “ao longo dos anos, temos que ir reduzindo as imperfeições para ter um sistema robusto e traçar os rumos da educação superior, definir quais os parâmetros que temos de qualidade”.
Trazer a realidade para dentro da academia
Tamires Gomes Sampaio (Foto: Jailton Garcia/RBA)

A presença desses jovens no ensino superior traz, também, mudanças importantes nas próprias instituições de ensino, como atesta, por exemplo, a recente eleição de Tamires Gomes Sampaio para a presidência do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da tradicional Universidade Mackenzie.
A edição deste mês da Revista do Brasil traz uma entrevista, simplesmente, imperdível com Tamires. Moradora da periferia na capital paulista e bolsista do ProUni, a jovem de 21 entra para a história do Mackenzie como a primeira mulher negra a presidir um CA.
“Nossa chapa, Catarse, teve 627 votos e uma vantagem de mais de 200 sobre a 2ª colocada – e isso foi surpreendente, porque a gente se elegeu dizendo que era de esquerda, que queria fazer o combate às opressões, que faltava horizontalidade para estimular a participação dos alunos nos assuntos da universidade”, comemora Tamires.
PM mata três vezes mais jovens negros do que brancos
Militante do movimento negro, Tamires conta que está lendo muito sobre segurança pública e que seu trabalho de conclusão do curso será sobre o genocídio da população negra. “Estou lendo muito sobre o sistema prisional, a desmilitarização da polícia, a mentalidade policial. Esse é o meu foco”.
E passa o recado: “Como sou militante do movimento negro, acho que o movimento deve vir até a academia, ocupar a academia para, combinado com pesquisas, dados concretos, trazer a realidade para dentro da universidade. Por exemplo, a gente sabe que a Polícia Militar mata três vezes mais jovens negros do que brancos”.
“Se a gente não tiver a academia mostrando que não são dados da minha boca, mas de uma pesquisa de um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a gente não consegue convencer todo mundo”, complementa.
 Cliquem aqui e leiam a íntegra da entrevista de Tamires na Revista do Brasil.

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