quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Movimentos saem às ruas e clamam por plebiscito sobre reforma política


Queiram ou não, faça chuva ou faça Sol, os defensores do Plebiscito Popular em prol da Assembleia Constituinte pela Reforma Política já saíram às ruas, estão aí e mostraram que não vão arredar pé. Estrearam esta nova fase de lutas nesta 3ª feira (ontem), com mais uma manifestação de força – um verdadeiro show o ato público que fizeram na avenida Paulista. 

A primeira manifestação de força deles, sem dúvidas, foi o tremendo sucesso do Plebiscito Constituinte na Semana da Pátria, em setembro, quando obtiveram 7,5 milhões de assinaturas para a causa. Ontem, debaixo de chuva, eles clamaram pela convocação de um plebiscito para aprovar a instalação da Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para a reforma política. Aqui no blog, clamamos junto, estamos totalmente de acordo com eles, como também o titular deste diário, o ex-ministro José Dirceu.

Centenas de manifestantes – da avenida Paulista ontem e das demais ruas e avenidas do país – passaram seu recado: querem que os próprios brasileiros, todos os cidadãos, se manifestem e decidam se vamos ou não efetivar, de uma vez por todas, a reforma do sistema político e eleitoral do Brasil.

Sonora vaia à ditadura militar


Com direito a uma sonora vaia à ditadura militar, execrando assim da capital paulista os pesados ares de arbítrio e terror evocados pela manifestação da direita no último fim de semana, os manifestantes ontem defenderam a aprovação pelo Congresso Nacional do Projeto de Decreto Legislativo 1.508, de 2014, relativo à convocação do plebiscito com a seguinte pergunta: “Você é a favor de uma Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político?”

Eles chamaram a atenção para os riscos deste projeto, apresentado semana passada pelos deputados Renato Simões (PT-SP) e Luiza Erundina (PSB-SP), ser engavetado pelo Congresso Nacional. A íntegra está online, confiram aqui.

O texto da proposta define a atuação da nova Constituinte: ela será “exclusiva”; “com poderes para deliberar exclusivamente sobre a reforma do sistema político”; e “soberana, não estando submetida às determinações de nenhum outro Poder de Estado”. Além disso, os mandatos de seus constituintes também serão extintos assim que terminarem os trabalho e com a promulgação da reforma constitucional.

Luta está só no começo

Objeto de outra proposta, apresentada em junho de 2013 pela presidenta Dilma Rousseff em uma resposta direta às vozes das ruas, a Constituinte Exclusiva vem ganhando apoio da sociedade brasileira e a reforma política foi um dos itens no discurso de vitória da presidenta reeleita.

O projeto apresentado na última semana conta, também, com a chancela de mais de 7 milhões de brasileiros que participaram do Plebiscito Constituinte, organizado por 482 entidades, incluindo dentre outros movimentos populares, partidos e sindicatos. Na Semana da Pátria, como vocês se recordam, eles distribuíram urnas físicas e promoveram uma imensa mobilização, além de um esclarecimento importantíssimo à população.

A manifestação de ontem reuniu, de novo, todas essas vozes. E, indiretamente, mostrou porque, ao contrário de todos os falsos argumentos da direita, a oposição tem tanto receio do decreto presidencial que versava sobre a criação da Política e Sistema Nacional de Participação Social – aquele decreto dos conselhos de participação popular que ela derrubou semana passada.

Defendida pelo PT, PC do B e pelo PSOL, o decreto regulamentaria o funcionamento dos conselhos populares, ampliando, assim, a participação social nas decisões do governo. Tudo o que a direita se arrepia e não quer.

Blog de Zé Dirceu

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