domingo, 8 de setembro de 2013

Questionamentos, reflexões e desafios sobre a participação da juventude no País pelo ex presidente do CNJ Gabriel Medina

Por Gabriel Medina de Toledo - Ex Presidente do Concelho Nacional de Juventude, militante de esquerda e filiado do PT em São Paulo.


Resolvi trazer a tona aqui em nosso blog, um texto do companheiro Gabriel Medina, ex presidente do Conselho Nacional de Juventude - CNJ, onde ele traz uma importante reflexão política das ultimas movimentações populares no País, alguns questionamentos e possíveis desafios postos para as diversas estruturas políticas representativas e de modo especial os partidos políticos quanto as mobilizações e participação da juventude. Como visualizei idéias, questionamentos e chamada de reflexão parecidas com a quais defendemos, trazemos a tona a seguir:

Faz tempo que participo da vida política do país. Desde muito jovem organizei movimentos estudantis, sociais e fiz muita luta na rua, sem máscaras ou com o uso da violência. Milito em um partido político (PT) há 10 anos e apesar dos seus limites, me mantenho firme neste caminho. Entendo a repulsa a violência de parte da juventude que foi as ruas ontem. Contudo, gostaria de fazer uma reflexão para o diálogo na rede.

Para um jovem hoje que quer transformar o país, mesmo que ainda sem muita clareza, quais são os mecanismos e instrumentos que existem? 

Com uma mídia atrelada ao poder econômico e manipuladora, câmaras municipais e parlamentos completamente desmoralizados, partidos desgastados com práticas burocráticas e pouco permeáveis a uma nova agenda e diálogo com a juventude, instituições tradicionais também fragilizadas (família, igreja, escola), no que mesmo a juventude deve acreditar?

Convidar os jovens para participarem da vida política por meios tracionais me parecem um tanto quanto difícil? Sabemos o quanto, mesmo nos movimentos sociais se mantém uma política muito distante dos interesses dos setores representados.

Por isso entendo a revolta nas ruas, as suas mais variadas formas de expressá-la, pq me parece mais violenta ações de um Estado injusto, que mesmo com inúmeros avanços nos últimos anos de PT, ainda mantém mazelas inadmissíveis. A baixa qualidade dos serviços públicos, milhares de pessoas vivendo na miséria e a violência policial como principal forma de diálogo do estado com os jovens pobres e negros. Então, são os jovens violentos? Violenta é uma PM militarizada, empresas que exploram milhares de trabalhadores, políticos que defendem apenas os seus próprios interesses.

Por isso não criminalizo esses jovens e não defendo medidas como aplicadas no RJ e DF que fragilizam direitos e retomam medidas de exceção vividas nos tempos de chumbo no Brasil.

Precisamos apresentar novas perspectivas para essa nova geração, criar a possibilidade de alimentar sonhos que não pautados no consumo e construir reais possibilidades de uma sociedade justa e solidária.

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