quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ato celebra 15 anos de Coletivo Nacional de Juventude


Solenidade marca construção histórica que faz hoje da juventude da CUT referência política

Escrito por: William Pedreira no site da CUT Brasil


As vésperas de completar 30 anos, a CUT reencontra-se com sua origens. Lutas, mobilizações e greves que fizeram da nossa Central a maior do Brasil e das Américas. Uma história construída com muita organização interna e pela garra e perseverança dos/as diversos/as militantes.

Foi com este sentimento, resgatando as origens históricas, que a Central realizou na noite desta terça-feira (24) um ato comemorativo aos 15 anos do Coletivo Nacional da Juventude da CUT.

Uma trajetória marcada pela defesa dos direitos imediatos da classe trabalhadora baseada no histórico do socialismo. Um caminho percorrido em conjunto com os diversos movimentos juvenis, na luta pela institucionalização de marcos legais para a juventude.

Trajetória esta que faz da juventude da CUT hoje referência política. A CUT é a única central sindical a ocupar uma cadeira cheia no Conselho Nacional de Juventude, com direito de ter um titular e suplente participando de todas as reuniões.

“Ter o reconhecimento das outras entidades é fruto da mobilização de cada secretário e secretária no seu estado que ajudaram e ajudam a construir a política nacional de juventude da CUT. Temos o orgulho de dizer que hoje a juventude da CUT é protagonista na construção dos principais instrumentos de políticas para os/as jovens”, descreve Rosana Sousa, em depoimento emocionado, ao lembrar o esforço de cada companheiro e companheira que ajudaram a construir a história do Coletivo.

Além de parabenizar a Central pelos 15 anos de seu Coletivo da Juventude, Raul Amorim (MST), Estevão Cruz (UNE), Jefferson Lima (PT) e Gabriel Medina (Conjuve), destacaram a importância da CUT sempre engajada e mobilizada nas lutas não só pelos direitos dos jovens trabalhadores, mas de toda a juventude.

Reafirmaram também a importância da continuidade do projeto de unidade, colocando a juventude para pensar e influenciar nos rumos do nosso país, avançando nas transformações sociais.

Hoje, a juventude da CUT é convidada e participa de uma série de atividades, como o Festival da Juventude de Fortaleza, onde colaborou na formulação da política e na construção em conjunto com os movimentos juvenis da Plataforma da Juventude para as eleições 2010 e na construção coletiva da Agenda Nacional de Trabalho Decente para a juventude.

Avanços estes que foram potencializados, acredita Rosana, a partir do debate sobre democratização da comunicação, ampliando e pautando o uso das redes sociais, estratégia realizada com a colaboração do Instituto Observatório Social.

Mas não é só em âmbito nacional que a CUT vem consolidando sua posição como referência política. Ao receber homenagens internacionais de companheiros e companheiras da Colômbia, Chile, Argentina, Uruguai, Costa Rica, Estados Unidos, comprova-se o respeito e a confiança conquistada pela nossa Central.

A CUT é a única central a coordenar em três períodos o Comitê de Jovens da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul e recentemente foi eleita por unanimidade como representante titular no Comitê de Jovens da CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas).

História - os anos 90 foram marcados pela ascensão da política neoliberal responsável pelo aumento nos níveis de desemprego, corte nos gastos sociais, agravamento da pobreza, da violência no campo e na cidade, que puniu principalmente a juventude brasileira.

Viu-se então a necessidade de organização da juventude nas instâncias internas da CUT e em 1997 é criado o Coletivo Nacional de Juventude, que teve como primeira coordenadora a companheira Maria Izabel da Silva, conhecida com Bel, que hoje está no Ministério dos Direitos Humanos e por isso não pode comparecer a solenidade.

Mas Rosane Silva, atual secretária da Mulher Trabalhadora e que na época também fazia pare da coordenação, descreveu um pouco do que foi essa ousadia de criar um Coletivo de Jovens. “Nossa ousadia foi querer deixar de ser apenas uma resolução de Congresso. No final dos anos 1995 os jovens que não tinham ninguém na direção da central, começaram a discutir a necessidade de organizar-se no interior da CUT. O coletivo surge desta necessidade de maior participação da juventude”, recorda.

O Coletivo Nacional é criado, mas com algumas limitações. “O Coletivo era organizado por ramos apenas em São Paulo. A partir do Estado, em 2000, com a minha eleição para a nova executiva nacional, abre-se um espaço para pautar as lutas da juventude”, lembra Rosane.

Foi durante a 10ª Plenária da CUT em 2001 que pela primeira vez se discute a formulação de uma campanha de sindicalização para a juventude CUTista. “Tínhamos muitos militantes no campo estudantil, mas quando estes integravam-se ao mundo do trabalho acabavam não militando no movimento sindical. Infelizmente este é um problema que enfrentamos ainda nos dias atuais, já que a estrutura oficial acaba não incorporando as necessidades da juventude”, lamenta a dirigente.

Junto com esta campanha, reforça-se a necessidade de institucionalizar um processo de formação política para a juventude. Projeto este aprovado no ano de 2003 e colocado em prática em 2004 através de uma parceria com a central sindical alemã DGB.

“Formação sindical sempre foi fundamental na construção da política de juventude na CUT. Este parceria com a DGB permitiu criar as bases para esse projeto tão importante para a minha formação política e de tantos/as outros/as companheiros/as”, relembra Adriano Soares, último coordenador do Coletivo antes da institucionalização da Secretaria.

Por esta importância, uma homenagem foi dedicada a todos/as formadores/as que ajudaram a construir este caminho de conquistas e avanços. Mario Ladosky, militante desde os anos 80 e um dos pioneiros no processo de formação, foi incumbido de receber esta homenagem.

Ao completar 10 anos, o coletivo começou a consolidar-se na política sindical, muito impulsionado pelo ousado projeto de formação. Na gestão de Adriano, houve uma ampliação dos coletivos nos estados, que passou de três para 17, abrindo a real possibilidade e necessidade de criação de uma Secretaria Nacional.

Sonho este que virou realidade durante o 10º Congresso Nacional da CUT. Uma frase do ex-presidente Lula representa perfeitamente o sentimento daqueles/as que fizeram parte da construção de toda a política nacional de juventude: “Que nunca mais duvidem da ousadia da classe trabalhadora”.

E durante este primeiro mandato, a Secretaria mostrou que não estava brincando ao tornar-se protagonista das lutas. “Juventude não quer discutir apenas a política específica, mas a política geral da CUT. Crescemos muito nestes anos, mas temos muito mais para avançar pela guerra, garra e mobilização deste coletivo”, finaliza Rosana, aclamando a todos os presentes para o canto de Parabéns com direito a bolo, aplauso e efusivos gritos de Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras.

Outras homenagens – Por impossibilidade de agenda, a trabalhadora rural, ex-membro do coletivo e atualmente secretária Nacional de Juventude, Severine Macedo, mandou um vídeo parabenizando os 15 anos de Coletivo.

O ato também marcou uma homenagem a companheira a Eliane Oliveira, que era coordenadora Nacional de Juventude da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Fetraf/CUT) e faleceu num trágico acidente de moto no ano passado.

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